A China anunciou esta terça-feira a suspensão da divulgação da taxa oficial de desemprego entre os jovens urbanos da China, entre os 16 e os 24 anos, que atingira em junho um novo recorde histórico de 21,3%.
O porta-voz do Gabinete Nacional de Estatística (NBS, na sigla em inglês) da China, Fu Linghui, justificou a decisão com “mudanças económicas e sociais que exigem melhoria e otimização das estatísticas trabalhistas”.
Citado pela Rádio China Internacional, Fu admitiu que tem havido um aumento do número de estudantes nas cidades chinesas, o que levanta questões sobre se devem ser "incluídos ou não" nos inquéritos ao emprego.
Segundo dados oficiais, em 2022 havia mais de 96 milhões de jovens urbanos entre 16 e 24 anos na China, entre os quais mais de 33 milhões ingressaram este ano no mercado de trabalho.
"A principal tarefa dos alunos é estudar, e há opiniões diferentes sobre se os candidatos a emprego antes da conclusão dos estudos devem ser considerados como parte da força de trabalho", disse o porta-voz.
O NBS indicou que, com o aumento do nível de escolaridade dos chineses, os jovens tendem a estudar até mais tarde, o que também “aumenta a necessidade de rever a faixa etária para definir este grupo”, até agora definido entre os 16 anos e 24 anos.
A taxa oficial de desemprego entre os jovens urbanos da China começou a ser contabilizada em 2018.
Em junho, a taxa de desemprego para a população ativa no geral era de 5,2%, inalterada em relação a maio.
O NBS acrescentou que a taxa de desemprego urbano na primeira metade do ano foi de 5,3% e que Pequim estabeleceu a meta de criar cerca de 12 milhões de novos empregos nas cidades até 2023.
Após um início de ano promissor, a recuperação pós-pandemia da economia chinesa tem mostrado sinais de desaceleração, crescendo 6,3% em termos homólogos no segundo trimestre, menos do que o esperado.
A baixa procura doméstica e internacional, a deflação, a crise no imobiliário e a falta de confiança no setor privado são as principais causas que os analistas avançam para explicar o que se passa na segunda maior economia mundial.
O índice de preços ao consumidor, o principal indicador da inflação na China, registou uma queda homóloga de 0,3% em julho, num fenómeno designado como deflação, que reflete debilidade no consumo doméstico e investimento.
O Conselho de Estado, o executivo da China, publicou, no domingo à noite, novas diretrizes para “intensificar esforços para atrair investimento estrangeiro”.