O Comando Militar dos Estados Unidos para o Indo-Pacífico (USINDOPACOM) denunciou esta terça-feira uma “manobra desnecessariamente agressiva” de um caça J-16 chinês sobre um avião de reconhecimento americano nos céus do Mar do Sul da China.
O incidente ocorreu na sexta-feira passada, mas só agora foi divulgado pelas forças americanas. “O piloto da República Popular da China voou diretamente à frente do nariz do RC-135, obrigando o avião dos Estados Unidos a voar através da sua turbulência. O RC-135 estava a realizar operações de rotina sobre o Mar do Sul da China no espaço aéreo internacional, em conformidade com o direito internacional”, pode ler-se em comunicado.
O USINDOPACOM publicou um vídeo do incidente no Twitter.
#USINDOPACOM Statement on #PRC Unprofessional Intercept: "We expect all countries in the Indo-Pacific region to use international airspace safely and in accordance with international law."
— U.S. Indo-Pacific Command (@INDOPACOM) May 30, 2023
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Na mesma nota, os Estados Unidos garantem que vão “continuar a voar, navegar e operar - de forma segura e responsável - sempre que o direito internacional o permita, e a Força Conjunta dos EUA para o Indo-Pacífico continuará a voar no espaço aéreo internacional, tendo devidamente em conta a segurança de todos os navios e aeronaves ao abrigo do direito internacional”.
A agência Reuters contactou a embaixada chinesa em Washington D.C., mas não obteve qualquer resposta.
Esta não é a primeira vez que um incidente deste tipo ocorre nos últimos meses. Em dezembro, um caça J-11 da marinha chinesa voou a cerca de três metros de outro RC-135 dos Estados Unidos sobre o Mar do Sul da China, forçando o avião americano a efetuar manobras evasivas para evitar uma colisão.
As relações entre China e Estados Unidos atravessam um momento complicado, num estado agravado não só pela recusa de Pequim condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia, como também pela aparente aproximação entre Vladimir Putin e Xi Jinping, e, ainda, pela tensão crescente com o governo do território de Taiwan.
Esta segunda-feira, a China recusou um pedido dos Estados Unidos para que Lloyd Austin, secretário da Defesa dos Estados Unidos, se reunisse em Singapura com o homólogo chinês, Li Shangfu, alvo de sanções por parte de Washington D.C. desde 2018 pela compra de equipamento militar e aeronaves de combate ao maior exportador de armas da Rússia, a Rosoboronexport. À Reuters, uma fonte da Defesa americana revelou que Pequim recusou dezenas de convites semelhantes desde 2021.