O que se passa nas Paracel? Tensão China/EUA aumenta no ar e agora no mar - TVI

O que se passa nas Paracel? Tensão China/EUA aumenta no ar e agora no mar

USS Milius (AP)

Depois de uma interceção a um caça da Força Aérea norte-americana e de outros episódios com a Marinha, a China voltou a tomar uma posição de força - agora envolve um navio dos EUA e uma alegada entrada ilegal onde alegadamente não devia

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A China afirma que expulsou um navio norte-americano das suas águas territoriais, mas os Estados Unidos negam que o caso tenha acontecido. Há versões contraditórias de um episódio ocorrido ao largo das ilhas Paracel, que continuam a ser disputadas entre China e Vietname (e até Taiwan), sendo que é Pequim quem tem o controlo administrativo.

O exército chinês garante que o USS Milius entrou de forma ilegal no Mar do Sul da China, referindo que movimentos deste género colocam em causa a paz e a estabilidade numa zona altamente movimentada, nomeadamente pela Marinha e pela Força Aérea chinesas. "As forças navais e aéreas foram mobilizadas para seguir e vigiar este navio, bem como para lançar uma advertência e obrigá-lo a sair da zona", sublinharam as autoridades chinesas.

Já os Estados Unidos têm outra versão: “O USS Milius está a realizar operações de rotina no Mar do Sul da China e não foi expulso. Os Estados Unidos continuam a voar, a navegar e a operar onde a lei internacional permite”, garante um comunicado da Marinha norte-americana.

Com efeito, este não é o primeiro caso semelhante, sendo que em julho do ano passado o exército chinês diz ter conduzido uma operação semelhante. À altura o Comando Indo-Pacífico dos Estados Unidos também recusou a expulsão do navio, afirmando que a operação que a embarcação realizava estava dentro das regras.

“Os Estados Unidos defendem a liberdade de navegação para todas as nações. Enquanto alguns países continuam a reclamar e a impor limites nos direitos que excedem a sua autoridade internacional, os Estados Unidos vão continuar a defender os direitos e as liberdades do mar para todos”, sublinhou a Marinha norte-americana.

O território das ilhas Paracel costuma ser palco de exercícios navais da China (Zha Chunming/AP)

Tensões que se sentem no mar mas igualmente no ar. Há um mês a CNN relatou in loco um caso de alta tensão entre dois caças da China e dos Estados Unidos.

Na ocasião foi possível perceber como opera a vigilância chinesa, com o caça norte-americano a receber uma comunicação a avisar que devia “manter a segurança” ou seria “intercetado” pela Força Aérea chinesa.

A China afirma ter sido a primeira nação a descobrir e nomear as ilhas do mar do Sul da China, pelo qual transita atualmente grande parte do comércio entre a Ásia e o resto do mundo.

Desta forma, o governo chinês reivindica uma grande parte das ilhas desta zona marítima. Mas outros países, como as Filipinas, o Vietname, a Malásia e o Brunei, também reivindicam a soberania em alguns destes locais.

Cada país controla várias ilhas e atóis, nomeadamente no arquipélago das Spratleys, mais a sul, onde os incidentes são muito mais frequentes do que nas Paracel.

Os Estados Unidos, e por vezes alguns dos aliados ocidentais, conduzem regularmente no mar do Sul da China operações denominadas "liberdade de navegação", enviando para a zona navios de guerra para contestar as pretensões chinesas.

Ao longo da última década, Pequim garantiu o controlo sobre alguns ilhéus e atóis desta região marítima através de trabalhos de alargamento e da construção de instalações militares, visíveis em fotos de satélite divulgadas pelos meios de comunicação social ocidentais.

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