Chris Rock está de volta com "indignação seletiva" e revela porque não bateu em Will Smith na noite dos Óscares - TVI

Chris Rock está de volta com "indignação seletiva" e revela porque não bateu em Will Smith na noite dos Óscares

  • CNN
  • Marianne Garvey
  • 5 mar 2023, 11:38

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Chris Rock finalmente abordou a bofetada nos Óscares e fez história na Netflix, no sábado, com o primeiro evento de streaming global ao vivo da plataforma.

"Vou tentar fazer um espetáculo esta noite sem ofender ninguém. Vou tentar o meu melhor, porque nunca se sabe quem pode reagir", disse Rock na primeira piada no teatro Hippodrome, em Baltimore, Estados Unidos. "As pessoas dizem sempre que as palavras magoam... quem diz que as palavras magoam nunca levou um murro na cara."

Depois da rápida referência à bofetada de Will Smith na cerimónia dos Óscares do ano passado, Rock guardou as suas piadas sobre o incidente para os últimos dez minutos do espetáculo.

"Vocês todos sabem o que me aconteceu, ao ser espancado pelo 'Shug Smith' ['shug' é calão para 'sugar', açúcar, no sentido de querido]", disse Rock. "Ainda dói. Tenho 'Summertime' a tocar nos meus ouvidos. Mas não sou uma vítima, meus queridos. Nunca me verão na 'Oprah' ou na 'Gayle' a chorar... Eu levei aquele golpe como Pacquiao [Manny Pacquiao]."

Rock sugeriu também que a reação de Smith à piada nos Óscares sobre a sua mulher, Jada Pinkett Smith, foi mais sobre a relação deles do que sobre ele.

"Adoro o Will Smith, toda a minha vida", disse Rock. "Toda a minha vida torci pelo Will Smith... agora vejo 'Emancipação' só para o ver a ser espancado."

Smith interpreta um homem escravizado no drama de época "Emancipação".

"'Como é que não fizeste nada naquela noite?'", disse Rock que as pessoas lhe perguntavam. "Porque eu tenho pais. Sabem o que os meus pais me ensinaram? Nunca lutes na frente de brancos."

Intitulado "Chris Rock: Selective Outrage" ['indignação seletiva' na tradução livre], o comediante abordou vários tópicos nos primeiros 50 minutos do especial, incluindo vício, aborto, racismo na América, Meghan, duquesa de Sussex, família Kardashian e "consciência".

"Não tenho qualquer problema com a 'consciência' ['wokeness', no termo original]. Sou totalmente a favor da justiça social. Sou a favor de que as pessoas marginalizadas consigam os seus direitos. O que me incomoda é a 'indignação seletiva'", disse Rock. "Vocês sabem do que estou a falar. Uma pessoa faz alguma coisa e é cancelada. Alguém faz exatamente a mesma coisa e nada. Sabem do que estou a falar... o tipo de pessoas que tocam músicas de Michael Jackson, mas não tocam de R. Kelly. O mesmo crime, só que um deles só tem canções melhores."

"Chris Rock: Selective Outrange" marcou o primeiro evento de transmissão ao vivo da Netflix. Kirill Bichutsky/Netflix

Sobre a divisão no país, Rock afirmou: "A América está em péssima forma neste momento."

"'Estamos pior do que a Ucrânia', sim, eu disse isto. Sabem porquê? Porque a Ucrânia está unida e a América está claramente dividida", brincou Rock. "Se os russos viessem aqui agora mesmo, metade do país diria: 'vamos ouvir o que têm a dizer'. Estamos num mau momento."

Rock também falou sobre a sua vida pessoal, dizendo que quando reparou que as fronhas das almofadas estavam sujas percebeu o quanto as mulheres fazem pelos homens.

"Estou a tentar namorar com mulheres da minha idade, que são 10 a 15 anos mais novas do que eu", disse. "Não odeies o jogador, odeia o jogo. Não fiquei rico e em forma para falar de Anita Baker. Estou a tentar f.... Doja Cat."

A atuação foi o sexto especial de stand-up de Chris Rock e o seu segundo para a Netflix depois de "Tamborine" em 2018, dirigido por Bo Burnham.

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