O realizador Fernando Lopes, 76 anos, falecido esta quarta-feira, em Lisboa, foi «um homem de consensos e a quem o novo cinema português deve muito», disse à Agência Lusa o realizador António-Pedro Vasconcelos.
«Foi um homem que procurou sempre construir pontes, evitar ruturas no cinema português, e cuja autoridade para tal lhe era reconhecida, teve uma ação fundamental antes e depois do 25 de Abril de 1974», disse o cineasta.
«O Centro do Cinema Português deve-lhe muito, nomeadamente o arranque do novo cinema português», sublinhou.
Da obra cinematográfica de Fernando Lopes, António-Pedro Vasconcelos destacou o documentário «Belarmino», de 1964, que referiu como «o melhor filme feito em Portugal e em qualquer parte sobre uma personagem».
«Ele era um grande documentarista, o Belarmino é magnífico», sentenciou.
António-Pedro Vasconcelos lembrou a experiência que teve com o realizador na revista Cinéfilo (1973-1974) que qualificou como «absolutamente excecional».
«Ele era diretor e eu chefe de redação, mas foi uma experiência inesquecível; a revista teve um papel singular no panorama das artes, do espetáculo e da cultura em Portugal, o que se deve ao facto do Fernando Lopes ser esse homem capaz de construir pontes, de dialogar, de respeitar as opiniões diferentes da sua».
Fernando Lopes: «Um homem que procurou construir pontes»
- Redação
- PO
- 2 mai 2012, 16:26
António-Pedro Vasconcelos comenta a obra do cineasta falecido esta quarta-feira
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