“Tudo parece morto, não há comboios, não há fumo, não há barcos, nada para estimular um pouco a inspiração”: revelados segredos extraordinários sobre Monet - TVI

“Tudo parece morto, não há comboios, não há fumo, não há barcos, nada para estimular um pouco a inspiração”: revelados segredos extraordinários sobre Monet

"La Seine à Lavacourt, débâcle", Claude Monet (Mary Altaffer/AP)

É um dos maiores artistas de sempre - e é sempre fascinante saber mais coisas sobre os maiores. E agora sabem-se mais coisas sobre Monet - eis o que se descobriu

O estilo do pintor Claude Monet foi influenciado pela evolução da poluição no mundo. Essa é a conclusão de um estudo que analisou as mudanças nos quadros do francês, que em vida já admitia que as diferenças no clima afetavam o seu trabalho.

“Tudo parece morto, não há comboios, não há fumo, não há barcos, nada para estimular um pouco a inspiração”, escreveu o pintor numa carta enviada à mulher em 1901.

Nessa altura Monet estava pela terceira vez em três anos em Londres, numa altura em que a sua produção estava em alta (pintou mais de 100 quadros). Mas, naquele caso, e ao contrário da azáfama industrial da capital britânica, o pintor não encontrou a sua habitual inspiração.

Um caso que mereceu a atenção de cientistas climáticos, que agora conseguiram confirmar que a poluição foi verdadeiramente influente nas obras do francês. “Eu trabalho em poluição atmosférica e quando vi Turner, Whistler ou Monet no museu Tate Modern, em Londres, e no Museu d’Orsay, em Paris, notei transformações estilísticas nos trabalhos”, afirmou à CNN Anna Lea Albright, uma das autoras do estudo.

“Os contornos das suas pinturas tornaram-se mais nebulosos, a tela aparecia mais branca e o estilo mudou de mais figurativo para mais impressionista. Essas mudanças vão ao encontro das expectativas de como a poluição atmosférica influencia a luz”, acrescentou.

Para a conclusão do trabalho, a equipa teve de analisar mais de 100 quadros de Monet e de Turner, precisamente com a intenção de conseguir provar que as pinturas retratavam céus mais poluídos à medida que avançava a Revolução Industrial.

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