Centenas de elefantes, gnus e zebras mortos no Quénia devido à mais longa seca em décadas - TVI

Centenas de elefantes, gnus e zebras mortos no Quénia devido à mais longa seca em décadas

  • CNN
  • Idris Mukhtar
  • 5 nov 2022, 14:31
A carcassa de um elefante adulto que morreu durante a seca no Parque de Consevação da Vida Selvagem de Namunyak no Quénia. 12 de outubro de 2022. Foto: Luis Tato/AFP/Getty Images

O Quénia enfrenta a mais longa seca do país em décadas. As alterações climáticas matam 20 vezes mais elefantes que a caça furtiva

"Os Rangers do Serviço de Vida Selvagem do Quénia, escuteiros e equipas de investigação contabilizaram a morte de 205 elefantes, 512 gnus, 381 zebras comuns, 51 búfalos, 49 zebras e 12 girafas nos últimos nove meses", disse um relatório divulgado na sexta-feira pelo Ministério do Turismo do país.

"A seca teve um impacto negativo nas populações herbívoras e particularmente nos gnus e zebras".

A seca prolongada no Corno de África durante as últimas quatro estações chuvosas consecutivas deixou cerca de 18 milhões de pessoas afectadas pela escassez de alimentos na Somália, Etiópia e Quénia, de acordo com relatórios do Programa Alimentar Mundial.

A Organização Meteorológica Mundial, das Nações Unidas, afirmou que a seca é a mais prolongada da região em quatro décadas.

No Quénia, as épocas de chuvas que se sucedem abaixo da média causaram a seca dos leitos dos rios e destruíram os prados das reservas de caça, de acordo com o Ministério do Turismo.

"Os ecossistemas mais afectados são o lar de alguns dos parques nacionais, reservas e conservas mais visitados do Quénia, incluindo as áreas de Amboseli, Tsavo e Laikipia-Samburu", lê-se no relatório.

Na apresentação do documento, o Ministro do Turismo, Vida Selvagem e Património Peninah Malonza disse que estavam a ser tomadas medidas para salvar a vida dos animais - incluindo a escavação de furos e o transporte de água para reservatórios e barragens que secaram.

"A seca é a responsável pela mortalidade da vida selvagem, principalmente das espécies herbívoras", disse Malonza.

"A mortalidade aumentou devido ao esgotamento dos recursos alimentares, bem como à escassez de água", acrescentou. Segundo o ministério, no ano passado, o Quénia tinha apenas 36 mil elefantes.

Numa entrevista à BBC, em Julho, o antigo secretário de gabinete para a Vida Selvagem e Turismo do Quénia, Najib Balala, disse que as alterações climáticas matam agora 20 vezes mais elefantes do que a caça furtiva.

Um tratador descansa junto a uma cria de elefante com um mês de idade no Santuário de Elefantes de Reteti, em Samburu, no Quénia. 12 de outubro de 2022. Foto: Luis Tato/AFP/Getty Images
Uma vaca definha no meio de um reservatório de água seco em Iresteno, uma cidade na fronteira com a Etiópia. Seca no Quénia. Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP via Getty Images

 

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