Apenas uma em cada 50 ofertas da Black Friday está a um preço mais baixo no dia de descontos. A conclusão é do grupo de consumidores Which?, que, segundo o Guardian, analisou as ofertas do anos passado e concluiu que apenas 2% dos produtos não estavam disponíveis ao mesmo preço ou mais baratos num prazo de seis meses.
De acordo com o estudo, realizado em oito lojas de produtos para a casa e tecnologia no Reino Unido, os clientes devem ter cuidado com as ofertas e fazer uma pesquisa aprofundada. Isto porque das 208 ofertas para 25 de novembro de 2022, apenas cinco estavam ao preço mais baixo na Black Friday e 98% estavam mais baratas ou ao mesmo preço nos 12 meses seguintes.
Já no que diz respeito à CyberMonday - a segunda-feira que se segue imediatamente à Black Friday -, 86% dos produtos tinham o mesmo preço ou eram mais baratos noutras alturas do ano.
Ele Clark, editor de retalho da Which?, afirma que a Black Friday "raramente é a altura mais barata para fazer compras" e aconselha os consumidores a fazer a própria pesquisa.
Num dos piores exemplos apresentados no estudo, os Apple Airpods (2.ª geração) na Argos e na Currys - duas das lojas analisadas - apresentavam um desconto de 20 euros (de 139 euros para 119 euros), quando o seu preço tinha variado entre 99 e 109 euros todos os dias entre 25 de maio e 9 de setembro.
Também a Amazon foi alvo do estudo, tendo a segunda percentagem mais elevada (69%) de produtos que eram mais baratos noutras alturas do ano do que com o preço da Black Friday. Segundo a Which?, a empresa "utiliza preços dinâmicos, o que significa que os preços são definidos por algoritmos que têm em conta fatores como a disponibilidade de stock e a procura" e, como resultado disso, "os produtos tendem a ser mais baratos fora dos saldos da Black Friday porque a procura pode ser menor".
Em declarações ao grupo de consumidores, a Amazon afirmou que "o seu objetivo é oferecer um grande valor ao longo do ano, através da correspondência de preços e de eventos de negócios sazonais".
O grupo de consumidores deixa quatro conselhos-chave para que os consumidores não comprem produtos mais caros do que comprariam noutras alturas: verificar o preço do produto nos meses anteriores, criar uma lista de desejos (para ir acompanhando os preços), pesquisar os produtos com regularidades, usar as garantias de preço a seu favor, ou seja, quando as lojas prometem igualar os preços que encontrou noutro local, utilize isso a seu favor.