O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, ordenou um aumento na produção de mísseis, avançou esta segunda-feira a imprensa estatal, dias antes da Coreia do Sul e dos Estados Unidos iniciarem exercícios militares anuais.
A agência de notícias estatal norte-coreana KCNA disse que Kim deu a ordem na sexta-feira e sábado, durante uma visita de inspeção às principais fábricas que produzem mísseis táticos, plataformas móveis de lançamento, veículos blindados e projéteis de artilharia no país.
Durante uma paragem numa fábrica de mísseis, Kim estabeleceu uma meta de “aumentar drasticamente” a capacidade de produção para que a instalação possa produzir mísseis em massa e responder às necessidades das unidades militares da linha de frente, disse a KCNA.
“O nível qualitativo dos preparativos de guerra depende do desenvolvimento da indústria de munições e a fábrica tem uma responsabilidade muito importante em acelerar os preparativos de guerra” do exército, disse Kim.
Em outras fábricas, o líder da Coreia do Norte pediu a construção de plataformas móveis de lançamento de mísseis mais modernas e falou da necessidade urgente de aumentar “de uma forma exponencial” a produção de projéteis para lançadores de foguetes de grande calibre.
Kim também conduziu um novo veículo blindado de combate utilitário, disse a KCNA, uma semana depois de outra visita semelhante a várias fábricas de armas do país.
Os EUA e a Coreia do Sul irão começar no final do mês exercícios militares anuais, que a Coreia do Norte defenderem serem a preparação de uma invasão, uma acusação que os aliados rejeitam.
De acordo com a KCNA, Kim disse que a Coreia do Norte deve ter “uma força militar esmagadora e estar totalmente preparada para enfrentar qualquer guerra” com o poder de “certamente aniquilar” os inimigos do país.
No final de julho, o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, efetuou uma rara visita a Pyongyang, durante a qual se encontrou com Kim Jong-un.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse acreditar que Shoigu estava na Coreia do Norte para garantir o fornecimento de armas necessárias para a guerra na Ucrânia.
"Vemos a Rússia a procurar desesperadamente apoio, armas, onde quer que as possa encontrar, para continuar a agressão contra a Ucrânia", acrescentou o norte-americano.
"Vemos isso com a Coreia do Norte, vemos isso com o Irão, que forneceu à Rússia muitos drones, usados para destruir infraestruturas civis e matar civis na Ucrânia", continuou Blinken.
A Rússia, aliada histórica da Coreia do Norte, é um dos poucos países com os quais Pyongyang mantém relações amistosas.