Face à ameaça de chuvas fortes e ventos torrenciais provocados pela aproximação do tufão Khanun à Coreia do Norte, as autoridades ordenaram que o "principal objetivo" da população é “garantir a segurança” dos retratos de propaganda da dinastia do seu líder, Kim Jong-un.
Entre as obras estão retratos do pai do atual líder, Kim Jong-il, e do avô e fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung, avança a imprensa estatal da Coreia do Norte.
Os retratos de Kim Jong-il e Kim Il-sung decoram todas as casas e escritórios do país e, se as pessoas os danificarem, independentemente dos motivos e mesmo sendo por acidente, podem ser condenadas à morte.
De acordo com Andrei Lankov, professor da Universidade de Kookmin que falou ao jornal The Guardian, os retratos “são símbolos religiosos sagrados” e “todas as religiões esperam que os seus fiéis estejam prontos a morrer - ou pelo menos sofrer - para salvar os ícones sagrados”.
Na Coreia do Norte os impactos de fenómenos naturais podem ser devastadores, uma vez que sua vulnerabilidade às inundações é ampliada pela falta de infraestruturas e pela desflorestação do país.
Face a este risco, para além de avisar a população que a sua principal prioridade deve ser proteger os retratos, os membros do exército e do partido comunista têm ordens para preparar medidas de mitigação para prevenir inundações e para salvar as colheitas, perante os "avisos de vento forte, aguaceiros, maremotos e mares".
O tufão Khanun provocou chuvas torrenciais na Coreia do Sul, causando inundações e deslizamentos de terra que mataram pelos menos 47 pessoas e levaram à retirada de 762 escuteiros portugueses do acampamento mundial Jamboree.