Covid-19: China regista duas mortes, as primeiras após levantar restrições - TVI

Covid-19: China regista duas mortes, as primeiras após levantar restrições

  • Agência Lusa
  • PF
  • 19 dez 2022, 13:59
Covid-19 na China (EPA)

Pequim fez uma inversão da sua rigorosa política de “zero casos” de covid-19 no início de dezembro, levantando a maioria das restrições de saúde que vigoraram durante quase três anos, e que desencadearam manifestações de protesto e confrontos com a polícia em várias cidades da China

A China comunicou esta segunda-feira a morte de duas pessoas por covid-19, oficialmente as primeiras registadas devido a esta doença desde o abrandamento das restrições sanitárias, enquanto hospitais e crematórios são esmagados por uma onda de casos sem precedentes.

Pequim fez uma inversão da sua rigorosa política de “zero casos” de covid-19 no início de dezembro, levantando a maioria das restrições de saúde que vigoraram durante quase três anos, e que desencadearam manifestações de protesto e confrontos com a polícia em várias cidades da China.

Na mesma altura, os testes de rastreio deixaram de ser obrigatórios e as autoridades chinesas admitiram que era "impossível", até devido a essa decisão, determinar o número de casos de contágio, além de desvalorizarem a perigosidade da variante Ómicron do coronavírus que provocava a doença.

Desde então, a capital chinesa e os seus 22 milhões de habitantes foram severamente afetados, segundo relatos de especialistas no exterior, nomeadamente em Hong Kong, por uma onda de infeções sem precedentes desde o início da pandemia e que se tem espalhado a grande velocidade nos últimos dias.

Esta segunda-feira, as autoridades relataram a morte de dois pacientes em Pequim, os únicos, de acordo com os dados oficiais, registados até agora desde que as restrições foram levantadas, em 7 de dezembro.

Hospitais e crematórios têm contudo revelado situações de sobrelotação desde há dias, com aumento de mortes e os medicamentos a começarem a faltar nas farmácias.

"Os números (oficiais) não contam toda a história", disse Leong Hoe Nam, um especialista em doenças infecciosas baseado em Singapura, relatando que alguns hospitais estão demasiado cheios para acomodar novos pacientes, e alertando que a importância da covid pode ter sido desvalorizada pelas autoridades de saúde.

Desde o levantamento das restrições, as autoridades chinesas têm tentado tranquilizar a população, insistindo na informação de que o vírus já não é perigoso, apesar de ser contagioso, e incentivam as pessoas a irem trabalhar mesmo que estejam positivas.

A província de Chongqing (sudoeste), que tem mais de 30 milhões de habitantes, foi uma das primeiras a permitir e incentivar o regresso ao trabalho apesar dos sintomas de covid-19.

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