Karolina Tiba, a polaca contratada pela TAP por cerca de 12.000€/mês para trabalhar com os tripulantes, “vai à empresa todos os dias”. A garantia foi dada na comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP por Ramiro Sequeira, administrador responsável pela área das operações.
Foi precisamente nesta comissão que Karolina Tiba ficou conhecida como “diretora-fantasma” porque os representantes dos trabalhadores diziam que nunca tinham estado em contacto direto com ela. O nome foi recuperado esta quarta-feira por Filipe Melo do Chega, que questionou Ramiro Sequeira sobre se conhecia Karolina Tiba. O gestor só fez a associação quando foi dito outro apelido: Machura.
“Está em funções há alguns meses e costuma estar lá todos os dias da semana, excetuando quando vai a casa”, concretizou. Ramiro Sequeira lembrou que “foi contratada através de um processo de ‘head hunter’ [recrutamento de executivos] para assumir a função de gestora dos projetos de transformação da direção de tripulações de cabine, consequência de uma decisão em comissão executiva nesse sentido.
O administrador explicou ainda que Karolina Tiba tem um contrato de comissão de serviço, “por sugestão dos recursos humanos” da TAP, por ser o “tipo de contrato que mais se adequava à função”. Karolina Tiba, que está a trabalhar com a direção de tripulação de cabine, “também me reporta em algumas coisas específicas”, concretizou.
Questionado sobre o facto de não ser um rosto conhecido dos trabalhadores, inclusive dos tripulantes - os quais supervisiona -, Ramiro Sequeira lembrou que a polaca “não está encarregado de nenhuma gestão sindical”. “Já fez vários voos de observação para perceber a realidade dos tripulantes. Talvez tenha sido uma aproximação discreta, mas não menos válida e profissional”, classificou.
O contrato com Karolina Tiba foi assinado em dezembro de 2022. Na comissão de inquérito à TAP, o sindicato que representa os tripulantes de cabine informou que nunca teve contacto com esta diretora, apontando-a como “um caso de diretores-fantasmas”.
Já a líder da comissão de trabalhadores, Cristina Carrilho, chegou a dizer que Karolina Tiba estava “missing in combat”.