Pedrosa desconhecia acordo milionário de Neeleman com a Airbus para financiar a TAP - TVI

Pedrosa desconhecia acordo milionário de Neeleman com a Airbus para financiar a TAP

Humberto Pedrosa (José Sena Goulão/Lusa)

Ex-acionista deixou a garantia de que os 226 milhões cedidos pela Airbus “ficaram na TAP”, apesar da saída do parceiro David Neeleman

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Humberto Pedrosa, ex-acionista da TAP, “não conhecia” o acordo do parceiro David Neeelman com a Airbus para financiar a TAP. A posição foi assumida na comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP.

“Não conhecia. Porque a negociação com a Airbus foi feita por David Neeleman. Quando entrei para o consórcio, já a negociação estava feita. Mas não me parece que tenha havido alguma irregularidade”, afirmou. Segundo Pedrosa, foram feitas “análises sobre o negócio em si”.

Em causa está o acordo celebrado por David Neeleman com a Airbus que permitiria à TAP desistir do ‘leasing’ de 12 aeronaves A350 e assinar um novo contrato para adquirir 53 novos aviões. Veio a apurar-se que a TAP terá pago um valor acima do mercado pelas aeronaves. A operação terá servido para ajudar o americano a financiar a sua própria entrada na TAP.

Na altura, o americano assumiu o compromisso de manter os 226 milhões de dólares na TAP durante 30 anos. “Os 226 milhões que a Airbus disponibilizou para capitalizar a TAP ficaram na TAP. Não têm nada que ver com a saída de Neeleman”, garantiu Humberto Pedrosa aos deputados.

Humberto Pedrosa insistiu que foi Neeleman quem negociou “diretamente” com a Airbus. “Não foi a Atlantic Gateway”, consórcio onde detinha 51% devido às regras europeias, porque “o homem da aviação era David Neeleman”.

Pedrosa descreveu Neeleman como um “otimista” e descartou que lhe tenha ocultado informações. “Quando fui convidado para entrar, Neeleman já tinha o projeto todo feito. Eu apenas fiscalizava, no fundo, o que Neeleman ia fazendo. Era sócio, acreditava nele. Não pedia explicações porque acreditava”, reforçou.

Pedrosa recordou que colocou cinco milhões para a compra da TAP. “E depois coloquei em suprimentos, em prestações acessórias na TAP, 12,5 milhões de euros” com “fundos próprios”, explicou. Mas, sobre os fundos da Airbus, “vim a saber mais tarde”. Quando? Não conseguiu concretizar.

Pedrosa admitiu que, face à dimensão do negócio, a Airbus teria a expectativa de vender mais aviões à TAP e confirmou que a companhia poderia, sem o acordo de Neeleman, ter perdido os 40 milhões que tinha adiantado para a compra de aviões.

 

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