Presidente da comissão da TAP deixou a audição e admite também deixar o cargo - TVI

Presidente da comissão da TAP deixou a audição e admite também deixar o cargo

Jorge Seguro Sanches

Deputados estiveram mais de uma hora a questionar os tempos da audição do antigo acionista da TAP Humberto Pedrosa. Os problemas começaram aí

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O presidente da comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP, o socialista Jorge Seguro Sanches, ausentou-se dos trabalhos, pedindo para ser substituído. Isto após uma longa discussão em que os vários partidos, à exceção do PS, questionaram durante mais de uma hora a aplicação de uma grelha de tempo mais curta para a audição do antigo acionista da TAP Humberto Pedrosa.

Jorge Seguro Sanches admitiu mesmo, após reflexão, deixar esta função enquanto presidente da comissão parlamentar de inquérito. “A forma como foi questionado, de uma forma até deselegante, o meu papel no cumprimento do mandato da comissão leva-me a questionar se continuo a ter as melhores condições para fazer. Essa reflexão é uma reflexão que urge fazer.”

Jorge Seguro Sanches pediu depois ao social-democrata Paulo Rios de Oliveira que o substituísse. Foi questionado a que título. “Provisoriamente”, respondeu. Poucos minutos antes, tinha dito aos deputados que voltaria a encontrá-los na reunião de mesa e coordenadores.

O socialista lembrou que a ordem do dia para as audições desta semana estava definida desde 4 de maio, não tendo havido qualquer requerimento anterior no sentido de a alterar. Foi a chamada grelha curta que também foi comunicada às personalidades chamadas a intervir nesta comissão de inquérito. Por isso, clarificou, discorda que houvesse uma alteração das regras em cima da audição.

Seguro Sanches recordou que a grelha curta não foi usada na totalidade nas diferentes audições em que foi aplicada. “Prova de que não foi por falta de tempo que alguma pergunta ficou por fazer.”

Os partidos depois decidiram votar qual a grelha a aplicar, se a mais longa ou a mais curta. Houve um empate. E, como tal, o voto do presidente Paulo Rio de Oliveira acabou por desempatar: será aplicada a grelha longa.

As audições mais longas, com a chamada grelha A, foram aplicadas a figuras como Alexandra Reis ou Christine Ourmières-Widener. Nesta, os deputados têm oito minutos (nove, nos partidos com maior representação) na primeira ronda para fazer perguntas. Na grelha curta seriam apenas três.

Lembrando a importância dos vários intervenientes ouvidos esta semana, todos os partidos, à exceção do PS, insistiram na necessidade da grelha longa. Foi mais de uma hora de discussão sobre o tema.

“Esta grelha não serve, as grelhas devem ser mais alargadas. É imprudente, inadequado”, argumentou o social-democrata Paulo Moniz. Também Mariana Mortágua seguiu neste sentido e admitiu que os três minutos não seriam suficientes para as questões que tinha preparadas para Humberto Pedrosa.

“Estupefação e incredibilidade” foi como o comunista Bruno Dias descreveu toda a situação, recordando o historial das comissões de inquérito. Já o liberal Bernardo Blanco reconheceu que a grelha de oito minutos deveria ser usada para audições mais importantes, reconhecendo que as audições desta semana têm a mesma relevância que as outras em que audições em que foi aplicada a grelha longa. Serão ouvidos Humberto Pedrosa, Ramiro Sequeira e Diogo Lacerda Machado.

O socialista Bruno Aragão lembrou que, das 28 audições realizadas, só “seis” tiveram uma grelha longa.

No início dos trabalhos, Paulo Rios de Oliveira pediu desculpas a Humberto Pedrosa pela demora no início da sua audição.

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