Credit Suisse afunda 60% após acordo com o UBS, banca europeia cai mais de 3% - TVI

Credit Suisse afunda 60% após acordo com o UBS, banca europeia cai mais de 3%

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  • Mariana Espírito Santo
  • 20 mar 2023, 10:39
Edifício do banco Credit Suisse em Berna, na Suiça. 15 dezembro 2022. Foto: Fabrice Coffrini/AFP via Getty Images

As cotadas do setor da banca estão em queda nesta segunda-feira, com os investidores preocupados com o risco de contágio. Deutsche Bank e Barclays entre os mais penalizados

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Depois de um negócio fechado ao final do dia de domingo para a compra do Credit Suisse pelo UBS, o alívio inicial voltou a dar lugar a receios relativamente ao impacto do acordo e o risco de contágio. As cotadas do setor da banca europeia negoceiam no vermelho, com destaque para as perdas do Deutsche Bank, Commerzbank e Barclays.

Quando abriram os mercados asiáticos, na madrugada de domingo, tudo apontava para que o negócio do Credit Suisse tivesse acalmado os mercados. No entanto, o otimismo inicial dos investidores sobre os esforços oficiais para conter uma crise bancária evaporou-se rapidamente. As ações do Credit Suisse caíram 62% nas negociações de pré-mercado para um novo mínimo, enquanto o UBS perdeu 7,1%.

Atualmente, pelas 9h45 de Lisboa, o UBS está a recuar 10,1% enquanto o Credit Suisse afunda 60,49%.

Os dois bancos envolvidos no negócio mais recente não são os únicos a desvalorizar. O Stoxx 600 Banks, o índice que agrega os principais bancos europeus, está a recuar mais de 3%. Os bancos alemães lideram as quedas neste índice, com o Deutsche Bank ao recuar 7,50% e o Commerzbank a perder 5,59%.
Já o britânico Barclays recua 5,29% enquanto o espanhol Sabadell cai 4,84%. Por Lisboa, o BCP também não é imune ao sentimento negativo vivido no setor e desvaloriza 2,23% para os 0,1797 euros, depois de ter chegado a cair 6% no arranque da sessão.

“Deve ficar claro que depois de mais de uma semana de pânico bancário e duas intervenções organizadas pelas autoridades, este problema não vai desaparecer. Muito pelo contrário, tornou-se global“, disse Mike O’Rourke, analista da Jones Trading, à Reuters.

Além disso, os investidores estão também focados noutra questão do acordo para o Credit Suisse. Diz respeito às obrigações AT1, um tipo de obrigação desenvolvida na sequência da crise financeira global de 2008. Como explicam os analistas da Xtb, “parte do acordo, foi tomada a decisão de amortizar mais de 17 mil milhões de dólares de obrigações AT1, o que não agradou aos investidores e causou pânico no setor bancário”.

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