Maurice esteve preso durante 30 anos sem qualquer prova que o ligasse ao crime. Só foi libertado depois de novas provas de ADN apontarem para outro suspeito - TVI

Maurice esteve preso durante 30 anos sem qualquer prova que o ligasse ao crime. Só foi libertado depois de novas provas de ADN apontarem para outro suspeito

  • CNN Portugal
  • MCP
  • 6 mar 2023, 16:18
Hastings com a equipa LAIP (foto: J. Emilio Flores/Cal State LA)

Em 1983 teve testemunhas a apoiarem o seu álibi e não existiam provas físicas que o ligasse ao crime, mas acabou por ser condenado a prisão perpétua

Maurice Hastings foi injustamente condenado em 1983 por sequestro e homicídio de uma mulher em Inglewood, na Califórnia. 38 anos depois, aos 69 anos, é ilibado do crime e considerado factualmente inocente. Isto significa que a acusação e tempo de prisão foram anuladas do seu histórico criminal.

"Significa muito para mim. Estou grato pela decisão do juiz e pelas desculpas - hoje foram todos maravilhosos”, disse Maurice Hastings após a última audiência do caso, a 1 de março, no Centro de Justiça Criminal de Clara Shortridge Foltz, em Los Angeles. “Estou pronto para seguir em frente com a minha vida. Hoje sou um homem feliz.”

Apesar de, em 1983, nos seus julgamentos ter tido testemunhas a apoiarem o seu álibi e de não ter existido nenhuma prova física que o ligasse ao crime, acabou por receber a sentença de prisão perpétua.

Em outubro de 2022, graças a um projeto que luta pela defesa de pessoas que são presas injustamente - Los Angeles Innocence Project -, Maurice foi libertado. O projeto, articulado com a Unidade de Integridade das Sentenças do Promotor do Condado de Los Angeles, George Gascón, conseguiu provar que os novos resultados do teste de ADN apontavam conclusivamente para outro suspeito e, dessa forma, justificavam a libertação imediata de Hastings. Perante as evidências, o juiz do Tribunal Superior do Condado de Los Angeles, anulou a condenação de Hastings e ordenou a libertação.

Durante a audiência da última semana, a procuradora, Martha Carrillo, emitiu a Hastings um pedido de desculpas "há muito esperado” em nome da procuradoria distrital de Los Angeles.

“Sinto muito pela injustiça, a grande injustiça, que o meu escritório e o sistema de justiça criminal cometeram contra si. Há muito a aprender com isto”, disse ainda. “Eu sei que não é suficiente dizer 'sinto muito' por 38 anos de prisão”, acrescentou.

As desculpas da procuradora também abordaram o facto de, ao longo dos anos, Maurice ter solicitado testes ADN, que lhe foram recusados. 

Agora que tem o seu registo criminal limpo, Maurice quer concentrar-se em “aproveitar a vida”, disse. Atualmente, participa num projeto de empreendedorismo e desenvolve atividades de sensibilização com pessoas sem abrigo.

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