Diogo Lacerda Machado nunca pensou que a amizade com António Costa "pudesse ser tão custosa" para si, segundo o despacho de instrução do juiz Nuno Dias Costa, a que a CNN Portugal teve acesso.
A afirmação, segundo o despacho, foi proferida pelo arguido da Operação Influencer durante o interrogatório, no qual Lacerda Machado afirmou “que se limitou a prestar trabalho” para a Start Campus.
Segundo o juiz, a versão de outros dois arguidos, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, ex-administradores da Start Campus, permitiu concluir que tanto Lacerda Machado como Vítor Escária “omitiram a verdadeira intervenção que tiveram (…) na situação relacionada com a implantação da fase ‘REST’ do projeto” da Start Campus.
Apesar da omissão, o juiz decidiu não impor a medida de coação pedida pelo Ministério Público para Lacerda Machado, a prisão preventiva, por ser “claramente desproporcionada, sobretudo à luz da pena que previsivelmente virá a ser aplicada, não valendo aqui considerações genéricas ou estereotipadas".
Diogo Lacerda Machado fica, contudo, obrigado ao pagamento de uma caução de 150 mil euros, que deve ser entregue nos próximos 15 dias, e proibido de sair do país, tendo de entregar o passaporte no prazo de 24 horas.
Quanto aos restantes arguidos, também libertados, Vítor Escária ficou igualmente proibido de se ausentar para o estrangeiro. O presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas, bem como Rui Oliveira Neves e Afonso Salema, da Start Campus, ficaram submetidos a Termo de Identidade e Residência (TIR), a medida de coação menos gravosa.
A empresa Start Campus, que é arguida no processo, ficou de prestar caução no valor de 600 mil euros no prazo de 15 dias.