Dani Alves transferido de prisão por questões de segurança: está entre agressores sexuais, faz limpezas e não quer visitas - TVI

Dani Alves transferido de prisão por questões de segurança: está entre agressores sexuais, faz limpezas e não quer visitas

Internacional brasileiro divide a cela com outro recluso natural do Brasil, de acordo com a imprensa espanhola

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Chegou na segunda-feira e passados três dias surge o primeiro pedido: nada de visitas. Este foi o primeiro desejo de Dani Alves, desde que foi transferido do estabelecimento prisional Brians 1 para o Brians 2, por “questões de segurança”. Segundo o jornal espanhol La Vanguardia, a decisão prendeu-se com “a necessidade das autoridades prisionais garantirem tanto a privacidade de um preso extremamente popular como a sua segurança”.

O pedido do defesa esquerdo brasileiro foi revelado, esta quinta-feira, pelo El Mundo, que conta que o jogador quer restringir ao máximo o número de pessoas com quem comunica. O propósito é diminuir a pressão mediática e o número de notícias que têm sido publicadas desde o dia em que foi detido, 20 de janeiro.

De acordo com a publicação, Dani Alves quer focar-se exclusivamente na estratégia de defesa com o objetivo de conseguir sair em liberdade o mais rápido possível. Portanto, de agora em diante, o internacional brasileiro só receberá os advogados e os familiares mais próximos.

Neste momento, o ex-jogador de Barcelona, PSG, Juventus e Sevilha está encarcerado no módulo 13 da prisão Brians 2, onde grande parte da comunidade prisional é constituída por agressores sexuais.

O El Mundo conta ainda que Dani Alves está “abatido” psicologicamente, pouco integrado e já começou a fazer algumas das tarefas que usualmente são atribuídas aos reclusos, como limpezas.

O dia a dia do jogador que fez parte de uma das melhores equipas de sempre do Barcelona é passado maioritariamente no interior da cela - que partilha com outro preso de nacionalidade brasileira - com esporádicas saídas, por opção própria.

A decisão de colocar Dani Alves com outro recluso foi tomada pelo secretário de Medidas Penais, Reinserção e Atendimento às Vítimas da Generalitat que justifica que deste modo a adaptação ao estabelecimento prisional seria mais fácil.

O eterno “13” da seleção canarinha pode vir a ter de passar várias semanas na prisão, enquanto a defesa prepara o recurso e até que volte a ser julgado. De momento, o tribunal deu mais tempo aos advogados de Dani Alves para prepararem as alegações finais do processo, sendo que o prazo deverá terminar na próxima semana.

A principal reivindicação da defesa é que as medidas de coação passem a ser menos severas do que a prisão preventiva, sugerindo como alternativa o pagamento de uma fiança, em função dos rendimentos do jogador, a retirada do passaporte, a proibição de deixar o país ou apresentações periódicas no tribunal, para além de ficar impossibilitado de comunicar com a vítima.

Cristóbal Martell já defendeu Messi, o Barcelona e agora é a esperança de Dani Alves

Na quarta-feira, ficou a saber-se que Dani Alves contratou um dos advogados mais famosos de Espanha para reforçar a sua defesa: Cristóbal Martell, o advogado que tem sido responsável pela defesa de vários processos com grande repercussão mediática nos últimos anos. Não só defendeu Lionel Messi, no processo da fuga ao Fisco espanhol, como chegou a acordo com a Justiça espanhola, em 2016, quando o Barcelona foi condenado por fraude fiscal na contratação de Neymar.

De acordo com a imprensa espanhola, o jogador brasileiro é acusado de ter violado uma jovem espanhola de 23 anos. O incidente terá acontecido na noite de 30 de dezembro na casa-de-banho da discoteca Sutton. O juiz ouviu os depoimentos da vítima e do alegado violador e decretou a prisão preventiva devido ao elevado risco de fuga. Entretanto, o clube mexicano Pumas terminou o contrato com o jogador.

O jornal El País adianta também que o porteiro da discoteca, onde ocorreu a alegada violação, foi essencial na prestação de cuidados à vítima e na apresentação da queixa contra o jogador.

"Mal de amores?”, a brincadeira que facilitou a denúncia

De acordo com o El País, a jovem de 23 anos chegou à discoteca Sutton antes das 02:00 horas da manhã, acompanhada de uma amiga e de uma prima, depois de terem estado num bar onde lhes foi entregue uma pulseira com entrada gratuita no estabelecimento. Cerca de uma hora depois, as três jovens estavam de saída da discoteca, até que foram intercetadas pelo porteiro, que se apercebeu do estado agitado da vítima, tendo-lhe perguntado o que se passava. "Mal de amores?”, questionou, em jeito de brincadeira.

A vítima começou por dizer que teve problemas com uma pessoa "muito importante", até que, depois da insistência do porteiro, acabou por lhe contar o sucedido. Por esta altura, Dani Alves já tinha saído da discoteca. Entretanto, a polícia chegou ao local e, aparentemente sem querer, os agentes chamados gravaram o testemunho da vítima, o que acabou por se revelar fundamental para sustentar a credibilidade da vítima diante das autoridades.

Depois, a jovem foi transportada para o Hospital Clínic de Barcelona, uma unidade de referência para agressões sexuais, onde os médicos observaram e avaliaram as lesões - um dos indícios que apontam para uma relação não consensual e que foi determinante para a prisão preventiva do jogador.

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