Madeira: nova campanha de desinfestação de mosquito - TVI

Madeira: nova campanha de desinfestação de mosquito

Mosquito

Químicos visam destruir espécie transmissora de dengue e febre-amarela, na zona do Funchal

O Governo Regional da Madeira vai lançar em Outubro mais uma campanha de desinfestação química na zona do Funchal onde prolifera o mosquito «aedes aegypti», transmissor da dengue e da febre-amarela, revelou esta terça-feira um dos responsáveis desta área.

Em declarações à Agência Lusa, o presidente do Instituto Regional de Administração de Saúde e Assuntos Sociais da Madeira, Maurício Melim, revelou que o concurso público para adjudicar esta nova campanha deverá ser apresentado em breve já que, durante o Verão, «com o aumento das temperaturas, existem mais casos e as queixas de pessoas picadas são mais frequentes, porque há mais gente a viajar de e para a região».

Este responsável explicou que, com as primeiras chuvas no Outono, os ovos eclodem e «intensificam-se ainda mais as queixas».

No entanto, Maurício Melim salientou que é impossível quantificar o número de pessoas que foram assistidas nas unidades de saúde da região por problemas com picadas dos mosquitos «porque não recorrem apenas ao serviço de urgências do Hospital Central do Funchal, vão também aos centros e aos médicos particulares».

Entre Outubro de 2005 e Maio de 2008, efectuaram-se quatro campanhas de desinfestação química em espaços públicos e casas particulares, com acções porta-a-porta.

Contudo, «não podemos estar permanentemente a lançar químicos no ambiente» e «temos de balancear as vantagens e inconvenientes destas soluções».

Maurício Melim explicou que, no primeiro semestre de cada ano «a situação é mais calma, embora isso não signifique que os mosquitos desapareceram: estão cá desde que foram detectados em 2005 e vamos continuar a ter problemas incómodos, à semelhança do que acontece noutros sítios».

Esta não é uma situação exclusiva da Madeira e existem presentemente alertas para surtos de dengue em diversos locais, como as regiões do Índico, Maldivas, Singapura, Índia e Bangladesh. Apesar disso, «as pessoas não deixam de viajar para esses sítios por causa dessa situação».

Não há nenhum caso registado de febre-amarela ou dengue>

«Como é normal estamos preocupados porque não vamos conseguir erradicar o mosquito e há sempre possibilidade de haver problemas de saúde pública, embora até ao momento não esteja registado nenhum caso de febre-amarela ou dengue na Madeira» mesmo que «importado» de outras zonas, garantiu.

Todas as análises feitas a sangue recolhido «foram negativas» mas, desde que se verificou um surto no Brasil, em Janeiro, o laboratório do Hospital Central do Funchal foi dotado de meios para fazer os exames na região, evitando o envio das amostras para o Instituto Ricardo Jorge, em Lisboa, como até então sucedia.

Destruição de ovos e larvas e exterminação dos mosquitos adultos

Maurício Melim garantiu que as autoridades sanitárias estão a fazer uma avaliação ambiental constante para identificar e destruir os locais com mais mosquitos, procurando também lançar alertas constantes no Verão porque há um grande fluxo de viajantes de áreas endémicas de febre-amarela e dengue.

O surto de mosquitos «aedes aegypti» continua confinado ao Funchal, concentrando-se o fenómeno em Santa Luzia e freguesias contíguas (S. Pedro, Sé e Santa Maria Maior) e não existem registos nos restantes concelhos da região, acrescentou Maurício Melim.

Este responsável da saúde pública regional prometeu que vão continuar a ser adoptadas atitudes preventivas visando a destruição dos ovos e larvas, além da exterminação dos mosquitos adultos.
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