Procura por depósitos a prazo dispara apesar das taxas de juro serem das piores na Europa. Conheça as melhores ofertas - TVI

Procura por depósitos a prazo dispara apesar das taxas de juro serem das piores na Europa. Conheça as melhores ofertas

  • Filipe Maria
  • 15 dez 2022, 10:16
multibanco, dinheiro, cartões, economia. Foto: Fernando Gutierrez-Juarez/picture alliance via Getty Images

O montante dos novos depósitos a prazo aumentou 21% em outubro. A taxa de juro oferecida pelos bancos aumentou para o valor mais elevado desde novembro de 2017, mas continua bem abaixo da média da Zona Euro

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A poupança aplicada em depósitos nos bancos portugueses aumentou significativamente em outubro, atingindo um valor superior a mais de 4.700 milhões de euros e que representa um crescimento de 21% face ao mês anterior.

A preferência dos portugueses pelos depósitos a prazo ocorre num mês em que os bancos aumentaram substancialmente a taxa de juro oferecida aos seus depositantes, mas que, ainda assim, continua muito abaixo dos seus congéneres europeus.

Na realidade, os novos depósitos a prazo em Portugal registaram em outubro uma taxa de juro média de apenas 0,24%, segundo dados do Banco de Portugal. Apesar do valor muito reduzido, a taxa de juro oferecida pelos bancos traduz uma subida face aos 0,05% que estavam a ser praticada em setembro, foi a subida mensal mais expressiva desde fevereiro de 2012 e é a taxa mais elevada desde novembro de 2017.

Apesar da subida nas taxas oferecidas pela banca em Portugal, estas continuam muito abaixo daquilo que é a média europeia, 0,83%. Aliás, Portugal continua mesmo a ser um dos piores países para se aplicar as poupanças em depósitos a prazo. Segundo dados do Banco Central Europeu (BCE), Portugal é o quarto país com a remuneração mais baixa no que toca aos depósitos a prazo, superando apenas a Grécia, Chipre e a Eslovénia.

Apesar da taxa de juro reduzida, a subida verificada em outubro parece ser a explicação para que os depósitos tenham aumentado. Para o economista e presidente da IMF – Informação de Mercados Financeiros, Filipe Garcia, a explicação assenta precisamente na ligeira subida das taxas de juro. “Nos últimos anos, muitos portugueses nem sequer se deram ao trabalho de constituir depósitos a prazo porque a remuneração era nula, ou perto disso”, esclarece.

Também André Pedro, diretor da plataforma ComparaJá, vai ao encontro desta ideia ao referir que “cada vez mais os portugueses estão preocupados com o investimento na poupança em si” pelo que, “e percebendo essa temática, a associação acaba por ser, de certa forma, lógica e compreensível”.

Para este responsável, os depósitos a prazo tornaram-se numa ferramenta mais acessível devido aos apoios sociais e, principalmente, à subida das taxas de juro. “Se, por um lado, os montantes mínimos tornaram-se mais alcançáveis, por outro este investimento começou a ser bem mais rentável dado que as taxas de juro aumentaram o retorno”.

Segundo o economista da IMF, ainda que a subida da taxa de juro tenha sido “muito aquém do que as condições de mercado permitiram aos bancos”, a reação do público foi que passou a ser “compensador constituir depósitos a prazo. Contudo, Filipe Garcia nota ser “incompreensível” que os bancos não ofereçam remunerações mais elevadas junto dos clientes, “já que estão a beneficiar de taxas Euribor mais altas nos empréstimos e, na realidade, têm de pagar mais pelos fundos que tomam, seja no BCE seja no mercado”.

Quais os melhores depósitos?

Face ao aumento da procura por depósitos a prazo, a ComparaJá compilou as principais propostas e condições do mercado, consoante os tipos de prazo disponibilizados, com o objetivo de demonstrar quais os depósitos mais vantajosos para as famílias portuguesas.

André Pedro, admite que esta poderá ser uma “altura importante” para investir em depósitos, visto que as “as ferramentas de poupança serão cada vez mais uma prioridade tanto para as pessoas como para as instituições". O motivo para tal, garante, prende-se com previsões que apontam para um fenómeno de recessão económica num futuro próximo.

“Tudo indica que os tempos que se aproximam são, economicamente falando, frágeis”, esclarece André Pedro, pelo que é “importante refletir e apostar cada vez mais na poupança em si de forma a salvaguardar o nosso bem-estar financeiro”, afirma.

Recorde-se que face às taxas de juro oferecidas pelos bancos, as aplicações em certificados de aforro, continuam a ser uma alternativa de aplicação de poupança. No mesmo mês de outubro, por exemplo, a taxa bruta dos certificados de aforro era de 2,106% e em dezembro já é de 2,842%.

Confira nas tabelas em baixo qual a taxa mais indicada para si, consoante o prazo pretendido.

Oferta de depósitos a prazo com prazo de 3 meses

Fonte: ComparaJá

Oferta de depósitos a prazo com prazo de 6 meses

Fonte: ComparaJá

Oferta de depósitos a prazo com prazo de 12 meses

Fonte: ComparaJá

Oferta de depósitos a prazo com prazo de 24 meses

Fonte: ComparaJá

 

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