Antidiabético usado para a perda de peso foi o medicamento que mais custou ao SNS em 2022 - TVI

Antidiabético usado para a perda de peso foi o medicamento que mais custou ao SNS em 2022

  • Agência Lusa
  • AG
  • 24 fev 2023, 22:05
Diabetes (arquivo)

Estado gastou mais de 1,5 mil milhões de euros em medicamentos no ano passado

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O Ozempic (semaglutido), um antidiabético também usado para a perda de peso, foi o medicamento com maior aumento de despesa em 2022, representando um encargo para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) superior a 27 milhões de euros.

Segundo o relatório da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) sobre a monitorização do consumo de medicamentos nas farmácias comunitárias, o SNS gastou, no último ano, 27,2 milhões de euros com o Semaglutido, mais 19,8 milhões do que em 2021, ano em que passou a ser comparticipado.

Apesar deste aumento de encargos públicos, este medicamento, que registou um grande aumento de procura em 2022, tinha apenas um peso no mercado de 1,7% nesse ano.

Os dados do Infarmed indicam ainda que a classe terapêutica dos fármacos antidiabéticos representou uma despesa para o SNS de cerca de 378 milhões de euros em 2022, mais 64,3 milhões do que no ano anterior, ou seja, um aumento de 20,5%.

No total, o encargo público com todos os medicamentos comparticipados pelo SNS no último ano ascendeu a 1.567 milhões de euros, mais 137 milhões do que em 2021 (mais 9,6%).

Em outubro de 2022, A Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica do Infarmed alertou que a utilização indevida do medicamento Semaglutido condicionava o seu acesso aos doentes com diabetes e defendeu que a prescrição deveria ser feita “em consciência”.

A comissão lembrou que, em Portugal, o Semaglutido não tem indicação terapêutica aprovada no tratamento da obesidade, ou excesso de peso, em doentes não diabéticos, pelo que a sua utilização nestas situações corresponde a uma utilização ‘off-label’, “que deverá ser discutida com o doente e fora do regime de comparticipação pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

Nessa circular, o Infarmed reconheceu ainda que este medicamento apresentava “problemas de abastecimento devido a um aumento de procura significativo e à incapacidade da empresa Novo Nordisk de ajustar o fabrico às quantidades necessárias", sublinhando que esta situação estava a afetar, não só Portugal, mas também a maioria dos países europeus e os EUA.

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