Trump tinha no WC de uma das suas casas documentos secretos sobre vulnerabilidades dos EUA e aliados - TVI

Trump tinha no WC de uma das suas casas documentos secretos sobre vulnerabilidades dos EUA e aliados

  • CNN Portugal
  • MJC
  • 9 jun 2023, 19:28

Enfrenta 37 acusações, incluindo retenção de documentos classificados e obstrução à justiça

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O ex-presidente norte-americano Donald Trump enfrenta 37 acusações, de acordo com a acusação judicial revelada esta sexta-feira e citada pela CNN Internacional, entre as quais 31 são acusações de retenção ilegal e intencional de informações da defesa nacional, colocando em risco a “segurança nacional” dos Estados Unidos ao manter na sua posse segredos nucleares norte-americanos após a sua saída da Casa Branca.

Donald Trump deverá comparecer em tribunal na próxima terça-feira.

A acusação diz que Trump guardou “informações incluídas sobre as capacidades de defesa e armas dos Estados Unidos e de países estrangeiros; programas nucleares dos Estados Unidos; vulnerabilidades potenciais dos Estados Unidos e seus aliados a ataques militares e planos para possível retaliação em resposta a um ataque estrangeiro”. A divulgação não autorizada desses documentos classificados pode colocar em risco a segurança nacional dos Estados Unidos, as relações externas e a segurança das forças armadas dos Estados Unidos, explica a acusação.

Os documentos confidenciais econtravam-se "num salão de baile, numa casa de banho, no escritório, no seu quarto e num armazém” na sua moradia em Mar-a-Lago. O documento da acusação inclui fotografias das caixas, onde os documentos estavam guardados, empilhadas nas várias divisões.

Veja aqui a acusação na íntegra:

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A acusação alega que Trump “se esforçou para obstruir as investigações do FBI e do grande júri e ocultar a sua retenção contínua de documentos confidenciais”. Fê-lo, inclusivamente, “sugerindo que o seu advogado declarasse falsamente ao FBI e ao grande júri que [ele] não tinha os documentos solicitados” e até mesmo “sugerindo ao seu advogado que escondesse ou destruísse os documentos exigidos pela intimação do grande júri”.

“Não quero que ninguém veja, não quero ninguém mexas nas minhas caixas", terá dito Trump aos seus advogados, em maio de 2022, após receber uma intimação judicial. "E se nós simplesmente não respondessemos?", sugeriu. “Não seria melhor se dissessemos que não temos nada aqui?” 

Apesar disso, a equipa de Trump acabou por entregar alguns documentos as autoridades e, semanas depois, o FBI realizou  uma busca em Mar-a-Lago e encontrou cerca de 100 documentos classificados. Os agentes do FBI apreenderam 27 documentos do escritório de Trump, de acordo com a acusação. Desses, seis foram marcados como “Top Secret”, 18 foram marcados como “Secret” e três foram marcados como “Confidencial”. Um total de 75 documentos foram apreendidos por agentes do FBI num armazém da propriedade. Desses, 11 foram marcados como “Top Secret”, 36 foram marcados como “Secret” e 28 foram marcados como “Confidencial”, diz a acusação.

Donald Trump também é acusado de mostrar documentos confidenciais em duas ocasiões a outras pessoas. Uma dessas ocasiões foi uma reunião de 2021 em Bedminster, Nova Jersey, quando “mostrou e descreveu um ‘plano de ataque’ que Trump disse ter sido preparado pelo Departamento de Defesa. Noutra ocasião, mostrou documentos em Bedminster, em agosto ou setembro de 2021, a um representante do seu comité de ação política, um mapa classificado relacionado com uma operação militar.

Trump e o seu assessor Walt Nauta enfrentam ainda uma acusação de conspiração para obstruir a justiça: “O objetivo da conspiração era que Trump guardasse os documentos classificados que ele tinha levado da Casa Branca e os ocultasse de um grande júri federal”, disse a acusação.

Nauta mentiu aos investigadores quando foi entrevistado pelo FBI em maio de 2022 ao afirmar que não tinha conhecimento dos documentos guardados por Trump. Mas a acusação afirma que o próprio Nauta ajudou a levar as caixas do armazém para a residência de Trump, sob orientação do ex-presidente.

Na sua primeira reação à acusação, publicada na rede social Truth Social, Trump começa por atacar o procurador Jack Smith, acusando-o de ser "louco" e um "Trump Hater" (alguém que odeia Trump), que não deveria ter nada a ber com justiça.

 

 

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