O Irão está alegadamente a "planear ativamente" uma tentativa de assassínio do candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, noticia o Politico, citando fontes familiarizadas com os dados dos serviços secretos. Teerão não está a fazer bluff - e não vai desistir tão cedo, avisam as fontes ouvidas pelo jornal.
De acordo com a publicação, o serviço de informações dos EUA acredita que a ameaça do Irão contra o antigo ocupante da Casa Branca, Donald Trump, e outros altos funcionários da sua administração "aumentou significativamente" nos últimos meses. "O Irão continua a planear ativamente operações contra antigos altos funcionários dos EUA, incluindo Trump, em retaliação pelo assassínio do general Qassem Soleimani”, escreve o Politico.
O próprio Donald Trump já tinha denunciado estas ameaças, no mês passado. "O Irão representa uma grande ameaça para a minha vida. Todo o exército dos EUA está a observar e à espera", escreveu o candidato republicano às presidenciais de novembro, na sua rede social Truth Social. "O Irão já tomou medidas que não funcionaram, mas vai tentar novamente"", avisou, na altura.
O artigo recorda que, em janeiro do ano passado, o Irão impôs sanções a mais de 50 funcionários americanos, incluindo o antigo presidente do Estado-Maior Conjunto (JCS) das Forças Armadas dos EUA Mark Milley, pelo seu alegado papel na morte do general Soleimani, comandante da Força Quds do Corpo de Guardas da Revolução Islâmica (IRGC, unidades de elite das Forças Armadas iranianas). Este morreu a 3 de janeiro de 2020, no Iraque, na sequência de um ataque da Força Aérea dos EUA.
Teerão publicou vídeos que descrevem a futura morte de Trump e de outros que ajudaram a orquestrar o ataque a Soleimani, pressionaram para a sua detenção e extradição e emitiram declarações ameaçadoras prometendo vingança.
“Isto é extraordinariamente grave”, disse Matt Olsen, procurador-geral adjunto do Departamento de Justiça para a segurança nacional. “O Irão deixou bem claro que está determinado em retaliar contra antigos funcionários relacionados com o ataque de Soleimani.”
O Politico falou com 24 pessoas com conhecimento direto do ataque de Soleimani ou da ameaça de assassínio que se seguiu, incluindo atuais e antigos altos funcionários dos EUA, que traçaram o quadro de uma ameaça de assassínio generalizada que é muito mais concreta do que os vídeos gráficos, as proclamações impetuosas e as publicações ameaçadoras nas redes sociais que chegaram ao conhecimento público. Os investigadores detalharam os esforços de pirataria e vigilância digital contra os antigos funcionários e seus familiare e uma série de avisos pessoais do FBI sobre novas ameaças do Irão.
Muitos dos que falaram com o Politico argumentam que o governo dos EUA ainda não encontrou uma forma de proteger todos aqueles que estão em risco durante o tempo que precisam - criando uma abertura para Teerão concretizar as suas ameaças.