Taylor Swift ainda não apoiou nenhum candidato presidencial neste ciclo eleitoral, mas o ex-presidente Donald Trump diz que aceita o apoio inexistente da estrela.
Trump publicou “I accept!” na sua conta Truth Social, juntamente com um carrossel de imagens (de Swift) - pelo menos algumas das quais parecem ter sido geradas por Inteligência Artificial (IA).
Uma das fotos manipuladas por IA retrata Swift como o Tio Sam com o texto “Taylor quer que votes em Donald Trump”. As outras fotografias mostram fãs de Swift com t-shirts onde se pode ler “Swifties for Trump”.
Um representante da cantora não respondeu imediatamente ao pedido de comentário da CNN.
Uma das publicações partilhadas por Trump é uma sátira. Uma série de fotografias falsas, geradas por IA, de “Swifties for Trump” faz referência ao ataque terrorista planeado e frustrado nos concertos da artista em Viena, no início deste mês, com uma legenda que diz: “Swifties a virarem-se para Trump depois de o ISIS ter frustrado o concerto de Taylor Swift”. (A conta da rede social X original que publicou o post pela primeira vez escreveu: “LOL @realDonaldTrump partilhou o meu post”, confirmando que o post era, de facto, uma sátira).
Os fãs de Swift - conhecidos como Swifties - tornaram-se políticos neste ciclo eleitoral. Imediatamente depois de o presidente Joe Biden se ter afastado e anunciado o apoio à vice-presidente Kamala Harris, um grande grupo de fãs da cantora formou uma comunidade chamada “Swifties for Kamala”, que não é afiliada à artista. O grupo, que mobilizou os fãs de Swift para ajudar a eleger Harris e outros candidatos democratas, tem mais de 60 mil seguidores no X.
Neste momento, ainda não foi criado um grupo oficial “Swifties for Trump”, embora a superestrela tenha fãs conservadores e pró-Trump que expressaram o seu apoio ao antigo presidente através das suas contas individuais nas redes sociais.
O porta-voz da campanha de Trump, Steven Cheung, disse à CNN num comunicado que o grupo “Swifties for Trump é um movimento maciço que cresce a cada dia!”
Em 2020, Swift apoiou Biden e Harris na sua candidatura à Casa Branca.
Falando sobre o apoio dado na altura, Swift confessou à revista V em outubro de 2020 que “a mudança de que mais precisamos é eleger um presidente que reconheça que as pessoas de cor merecem sentir-se seguras e representadas, que as mulheres merecem o direito de escolher o que acontece com os seus corpos e que a comunidade LGBTQIA + merece ser reconhecida e incluída".
Na noite do debate vice-presidencial em 2020, Swift fez a seguinte publicação nas redes sociais: “Vou assistir e apoiar @KamalaHarris e gritar muito com a TV”.
Embora Swift não tenha apoiado Harris na sua candidatura presidencial este ano, alimentou a especulação dos fãs. Depois de um recente espetáculo na parte europeia da sua digressão “Eras”, os Swifties estavam certos de que a cantora tinha deixado uma pista a apoiar Harris quando a silhueta de uma mulher fotografada no palco parecia representar o vice-presidente. Mas a CNN desmascarou essa teoria, informando que a silhueta em questão era, na verdade, uma das cantoras de fundo de Swift.
A cantora, que não assumiu posições políticas durante a primeira década da sua carreira, tem apoiado ativamente os candidatos e as políticas democratas nos últimos anos. É uma defensora da comunidade LGBTQ+ e tem falado frequentemente sobre os direitos das mulheres e a saúde reprodutiva.
No seu documentário de 2020, “Miss Americana”, Swift lamentou não se ter pronunciado mais cedo sobre as causas políticas. “Eu preciso estar do lado certo da história”, disse numa cena emocionante com o seu pai. Noutra cena, Swift disse ao seu editor que não se importa se enfrentar reações adversas por se manifestar contra Trump. “Não me importo. Se eu receber críticas por dizer 'não coloquem um racista homofóbico no cargo', então eu recebo críticas por isso”.
Swift tweetou sobre o seu desdém por Trump em 2020, deixando a seguinte publicação: “Depois de alimentar o fogo da supremacia branca e do racismo durante toda a sua presidência, tem o descaramento de fingir superioridade moral antes de ameaçar com violência? Quando começam os saques, começam os tiros”???? Votaremos contra si em novembro”.
Um porta-voz dos “Swifties for Kamala” ripostou a Trump por ter publicado as fotografias da IA, dizendo à CNN que o grupo foi lançado porque a sua comunidade “partilha valores” com Harris e o seu companheiro de candidatura, Tim Walz.
“Acreditamos que Harris-Walz lutará pelos nossos direitos e pelos direitos dos nossos entes queridos, e ajudará a tornar este país mais seguro para todos”, disse Carly Long, diretora de comunicação da Swifties for Kamala, à CNN na segunda-feira, acrescentando que o grupo angariou mais de 10 mil dólares para a campanha de Harris-Walz. “O nosso movimento também começou e ganhou um impulso significativo porque, como Taylor Swift disse em 2020, Donald Trump é 'um racista homofóbico' e, como comunidade, não queremos e não podemos apoiar um presidente como ele. Não representamos todos os Swiftie, mas acreditamos que há uma razão para não precisarmos de IA para mostrar nosso apoio a Harris.”
Apesar do seu post, Trump parece reconhecer que Swift não o apoia de facto.
No novo livro, “Apprentice in Wonderland”, Trump disse ao autor Ramin Setoodeh o seguinte: “Acho-a linda - muito linda! Acho-a muito bonita. Acho que ela é liberal. Provavelmente não gosta de Trump”.
Após o lançamento do livro, os Swifties de esquerda foram para as redes sociais com uma mensagem para o antigo presidente: “Afasta-te dela”.
