Figura incontornável da história do séc. XX, autoridade moral da América, Martin Luther King morreu há precisamente 50 Anos.
Tinha apenas 39 anos quando foi atingido por um tiro disparado por James Earl Ray, um racista que conseguiu fugir das autoridades e passou dez dias no Portugal de Salazar. Um homem que desprezava tudo o que Martin Luther King defendia, sobretudo a paz e a igualdade entre raças e povos.
Cinco décadas passadas, MLK ou Dr. King, como é carinhosamente tratado nos Estados Unidos, recebe honras de Presidente no espaço mais nobre de Washington. O seu memorial foi colocado junto à enseada adjacente ao rio Potomac, onde também estão presentes os memoriais dos presidentes Franklin Delano Roosevelt e Thomas Jefferson. Todos os dias, milhares de pessoas prestam homenagem à solidez da sua mensagem, cravada na estátua de granito.

O seu legado prevalece até aos dias de hoje, sobretudo porque muitas das mensagens continuam atuais. A luta pelo direito de voto, o combate ao racismo e à desigualdade, a denúncia da guerra. Inspirado em Mahatma Gandhi, foi sobretudo um pacifista e toda a sua resistência foi não violenta.
Nascido em Atlanta, Martin Luther King Jr. cedo teve ligações à religião cristã. Aos 18 anos deu o seu primeiro sermão na igreja batista Ebenezer e continuou a carreira como pastor, tomando conta da primeira paróquia aos 25 anos, em Montgomery, no estado do Alabama.
Considerada berço da Confederação, foi nesta cidade que ganhou força a ideia dos Estados Confederados da América, em reação à eleição de Abraham Lincoln. Foi em frente do capitólio de Montgomery que Jefferson Davis, único presidente da Confederação, tomou posse e discursou. Era uma América que defendia o esclavagismo em oposição às ideias do novo Presidente e que esteve disposta a provocar uma guerra civil no final do séc. XIX.