Passaram-se onze anos desde que o Banco de Portugal retirou ao Banco Privado Português a autorização para o exercício da atividade bancária. A decisão já esperada originou o processo de dissolução e liquidação do banco, 14 anos após ter sido criado por João Rendeiro (em 1996) vocacionado para gestão de fortunas.
Apesar da sua pequena dimensão e do pouco peso no setor bancário, em 2008, o caso BPP teve importantes repercussões devido a potenciais efeitos de contágio ao restante sistema quando se vivia uma crise financeira, emergindo como um caso de supervisão, pondo em causa a ação do Banco de Portugal, e judicial, com suspeitas de crimes financeiros.
Eu não digo que não fiz nada. Eu assumo as responsabilidades, claro que sim. Agora, não assumo as responsabilidades que são dos outros, nem as assumo sozinho. Se os outros, que eram solidariamente responsáveis comigo têm penas irrisórias, porque é que eu tenho uma pena pesada? Só por me chamar João Rendeiro”, disse o ex-banqueiro à TVI24.
Na mesma entrevista, Rendeiro considerou que o fim do BPP ocorreu, sobretudo, porque o banco estava “a pisar os calos ao BES” e era visto “como uma concorrência incómoda”.
O antigo presidente do BPP lembrou ainda que, antes da queda do banco, abandonou o cargo, de maneira a “viabilizar o empréstimo de 450 milhões de euros”. Graças ao qual foi possível que “todos os depositantes recebessem a totalidade dos seus depósitos, em 2009”.