É a primeira vez que intervem nesta legislatura, com António Costa como primeiro-ministro.
Sim, não é confrontar António Costa, mas é o encerramento do debate, marcando a visão do CDS sobre o Orçamento do Estado.
Há, de facto, um peso da responsabilidade?
Não sinto como um grande peso. Sinto, claro, a responsabilidade e também o gosto.
Como é que se preparou?
Este tipo de trabalho faço fora de horas, trabalhei ontem à noite depois de as crianças estarem a dormir. Comecei a fazer o esboço do discurso e o que fiz hoje foi enviar para alguns de nós para verem se ainda há alguma coisa que falta.
Paulo Portas tinha um estilo muito particular nos discursos. Qual vai ser o seu estilo?
Olhe, isto cada um é como é. Portanto, cada um tem o seu léxico, a sua maneira de entoar as coisas, a forma de construir as frases. Já fiz muitos discursos no parlamento e agora serão obviamente diferentes, mas não no estilo. Se quiser, é uma preocupação com o rigor, passar mensagens claras, num ponto ou outro ter alguma ironia, mas não é esse o ponto onde quero chegar. Não há concessões a uma simplificação do conteúdo.
Se, em determinados assuntos, tiver de divergir do PSD, fá-lo-á?
Sem problema, somos dois partidos diferentes, temos um grande trabalho pela frente para que possamos voltar a governar. O CDS deve empenhar-se em robustecer a sua posição para poder contribuir mais para essa maioria.
Para isso, sente necessidade de separar as águas entre os dois partidos?
Não é uma questão de necessidade, é uma questão de naturalidade. Obviamente que haverá diálogo com PSD, mas os partidos são diferentes e nós olhamos em frente e traçamos o nosso caminho. Não estou excessivamente preocupada com isso. É natural que as pessoas reconheçam alguma diferença e alguma similitude.
- Já está, obrigado. - digo-lhe.
- Pronto, agora vou lá para dentro! – e regressa ao hemiciclo em passo apressado.
Quando chega a vez de intervir, não poupa críticas ao Partido Socialista e aos acordos à esquerda.
- Parecem as crianças no recreio. Quando há um disparate, nunca ninguém teve a culpa, nunca ninguém é responsável.