Pedrógao Grande, três anos depois
17 de junho de 2017, duas da tarde. Começavam em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, as chamas que haviam de levar uma semana a ser extintas, depois de devastarem mais de meio milhar de casas em cerca de 53 mil hectares de território, 20 mil dos quais de floresta. Mas o maior dos prejuízos foi humano: 66 pessoas morreram e 253 ficaram feridas, sete das quais em estado grave.
Mais de dois terços das vítimas mortais (47 pessoas) seguiam em viaturas e ficaram cercadas pelas chamas na Estrada Nacional 236-1, entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, no interior norte do distrito de Leiria, ou em acessos àquela via, tristemente conhecida como a “Estrada da Morte”.
Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, no distrito de Leiria, Góis e Pampilhosa da Serra (Coimbra) e Sertã (Castelo Branco) foram os municípios mais afetados pelas chamas que, além de terem atingido mais de 500 casas - 264 das quais habitações permanentes, cerca de 200 secundárias e mais de cem devolutas -, as chamas também atingiram quase meia centena de empresas, afetando o emprego de quase 400 pessoas.
Estimativas feitas pouco tempo depois dos incêndios apontavam para que os prejuízos provocados na floresta ultrapassassem os 83 milhões de euros, enquanto os danos em habitações estimavam mais de 27,6 milhões de euros, na indústria e turismo perto de 31,2 milhões de euros, na agricultura 20 milhões de euros e noutras atividades económicas mais de 27,5 milhões de euros. Os danos provocados em infraestruturas municipais eram avaliados em cerca de 20 milhões de euros e na rede viária nacional em perto de 2,6 milhões de euros.
A Assembleia da República aprovou, por unanimidade, a 7 de junho de 2019, um projeto de resolução que consagra o dia 17 de junho como o Dia Nacional em Memória das Vítimas dos Incêndios Florestais.