BCE admite comprar dívida soberana a partir do primeiro trimestre - TVI

BCE admite comprar dívida soberana a partir do primeiro trimestre

Vítor Constâncio (foto Lusa)

Anúncio foi feito pelo vice-presidente Vítor Constâncio esta quarta-feira em Londres

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O Banco Central Europeu admite comprar títulos de dívida soberana a partir do primeiro trimestre de 2015 se outras medidas em curso para estimular a economia forem insuficientes, revelou o vice-presidente Vítor Constâncio esta quarta-feira em Londres.

O responsável afirmou esperar bons resultados após o final do pacote de medidas implementado pelo BCE, nomeadamente a provisão de liquidez a médio-prazo aos bancos condicionada pelo comportamento dos mesmos e dois programas de compra de ativos.

«Esperamos que durante o decorrer do programa, as medidas adotadas façam regressar a folha de balanço à dimensão que tinha no início de 2012», disse, acrescentando: «Senão, teremos de considerar comprar outros ativos, incluindo obrigações soberanas no mercado secundário».

A acontecer, será «uma medida de decisão puramente monetária, comprando de acordo com o nosso capital chave, dentro do nosso mandato e das nossas competências legais», enfatizou Vítor Constâncio.

Vítor Constâncio falava na abertura na FT Banking Summit 'Assegurar o Crescimento Futuro', organizada pelo Financial Times.

O presidente do BCE, Mario Draghi, já tinha referido recentemente a intenção de lançar um programa de compra de dívida privada para estimular o mercado de crédito e apoiar a economia da zona euro, mas sem referir um calendário.
Embora tenha aumentado ligeiramente, de 0,3 para 0,4% em outubro, a inflação na zona euro tem-se mantido muito baixa, aumentando os receios de deflação.

Constâncio reconheceu que este valor está longe do objetivo, que é abaixo mas perto dos 2%, e que o cenário mais provável é que continue muito reduzida, o que cria riscos sociais e económicos na zona euro.

«Para explorar novos canais de transmissão de política monetária que funcionaram noutros países como o Reino Unido e os EUA, estamos a apontar o aumento do volume da base monetária e da nossa folha de balanço para injetar dinheiro diretamente também em agentes não bancários», clarificou.
 

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