«São dois diretores, de um universo de 500 diretores que trabalham no Novo Banco», revelou uma outra fonte à agência Lusa. Os dois responsáveis que foram constituídos arguidos estavam ligados à comercialização de dívida das holdings do Grupo Espírito Santo (GES) aos balcões do Banco Espírito Santo (BES).«No âmbito da operação ontem desencadeada foram constituídos dois arguidos. Esta constituição não está relacionada com a atividade por estes arguidos desenvolvida no Novo Banco», refere a PGR.
Os dois diretores foram constituídos arguidos depois de, nesta quinta-feira, uma mega operação do Ministério Público ter levado mais de 200 inspetores a realizar mais de 40 buscas a residências e escritórios. Os inspetores estiveram na sede do Novo Banco, antiga sede do BES, e também na casa de Ricardo Salgado. Segundo o comunicado da Procuradoria-Geral da República, as buscas realizaram-se ainda em 34 casas, alegadamente, de admnistradores e diretores do BES.
A PGR acrescenta que o Banco de Portugal e a CMVM «colaboraram» nas investigações. O mesmo comunicado especifica os crimes em causa:
«Nas investigações, relacionadas com o denominado universo Espírito Santo, estão em causa suspeitas dos crimes de burla qualificada, abuso de confiança, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal»O processo, que decorre no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), foi instaurado após uma participação do Banco de Portugal. Após rebentar o chamado caso BES, a PGR criou uma equipa especial para investigar as alegadas irregularidades e os ilícitos criminais na gestão daquele banco, sendo a equipa multidisciplinar constituída por magistrados do DCIAP, elementos da Autoridade Tributária, da PJ e dos reguladores - Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e Banco de Portugal.