«Como o Governo já explicou muitas vezes, nós demos um contributo muito positivo e tivemos uma posição muito responsável durante as semanas de discussão sobre a extensão do programa grego. Não é de todo verdade que tenha havido tensão, não é de todo verdade que essa tensão exista nesta altura».
O secretário de Estado, que está a representar Portugal na reunião informal dos Ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, em Riga, disse que o «ruído não tem correspondido ao que foram os factos e ao que foi o processo» e que o que Portugal teve foi uma «posição responsável».
«Evidentemente, exigimos o cumprimento das regras europeias porque achamos que a política europeia depende muito dos procedimentos que estão estabelecidos. Foi isso que aconteceu e chegamos a um acordo preliminar».
A polémica sobre a posição de Portugal nas negociações entre a Grécia e o Eurogrupo começou com as acusações do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, de que Lisboa e Madrid terão tentado minar o acordo devido à aproximação de eleições.
Estas declarações levaram mesmo Portugal e Espanha a fazerem um protesto junto das instituições europeias contra o Governo grego.
Esta quarta-feira, em entrevista ao jornal espanhol «El País», o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que «nas últimas semanas, Portugal e Espanha têm sido muito exigentes com a Grécia». No mesmo dia, em conferência de imprensa em Madrid, acrescentou, no entanto, que não se apercebeu de qualquer «plano diabólico» dos governos conservadores de Espanha e de Portugal para «derrubarem o Governo de Alexis Tsipras».