Grécia: prazo para acordo pode voltar a falhar - TVI

Grécia: prazo para acordo pode voltar a falhar

Grécia [REUTERS]

Comissário europeu dos Assuntos Económicos diz que negociações entre Grécia e credores deverão continuar, mesmo que não haja acordo no Eurogrupo

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O comissário europeu de Assuntos Económicos disse esta terça-feira que as negociações entre a Grécia e os credores deverão continuar mesmo que não haja acordo no Eurogrupo. 

«Continuaremos», disse hoje Pierre Moscovici aos jornalistas quando questionado sobre o que acontecerá se na próxima reunião dos ministros das Finanças da zona euro não for possível um acordo preliminar sobre as reformas a aplicar na Grécia.

Esta tarde, o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, admitiu que uma saída da Grécia do euro teria custos «extremamente altos», considerando que os restantes países da moeda única estão numa «melhor posição» para lidar com um eventual 'Grexit'

O Eurogrupo de 24 de abril, em Riga (Capital da Letónia), irá focar-se na situação da Grécia, sendo o objetivo principal chegar a um entendimento que permita superar o impasse em que está o atual plano de resgate do país e, assim, desbloquear o dinheiro de que os cofres públicos helénicos precisam com urgência.

No entanto, não é certo que haja acordo. Para isso é necessário que Atenas apresente uma nova lista com reformas detalhadas e que os credores - reunidos no chamado Grupo de Bruxelas - aceitem.

Fontes comunitárias, citada pela Agência Efe, afirmam que, apesar de a Comissão Europeia preferir a continuação das negociações, essa decisão cabe aos Estados-membros, pelo que será o Eurogrupo a decidir o que fazer se não houver conclusões satisfatórias até final de abril.

Pierre Moscovici afirmou também hoje que a Comissão espera ter nas suas mãos a lista completa de reformas na próxima terça-feira, 21 de abril, para que as instituições tenham alguns dias para a analisar antes do Eurogrupo do final da próxima semana.

«Queremos ter a 21 de abril essa lista de reformas detalhada, porque evidentemente essa será uma questão dos Eurogrupo e Ecofin informais que teremos em Riga», declarou.


Atenas está desde fevereiro - quando foi prolongado o atual programa de resgate, até junho - em negociações com os credores oficiais sobre as reformas a adotar no país que permitam desbloquear a ajuda financeira necessária, uma vez que o país não recebe qualquer financiamento dos credores oficiais desde agosto passado.

No entanto, as duas propostas de reformas que o Governo liderado por Alexis Tsipras apresentou não chegaram para convencer o Grupo de Bruxelas - constituído por Comissão Europeia, Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional (FMI) - que quer medidas mais 'aceitáveis' , em troca da última fatia do seu programa de assistência financeira, no montante de 7,2 mil milhões de euros.

Ainda esta segunda-feira, o vice-presidente da Comissão Europeia com o pelouro do euro, Valdis Dombrovskis, disse à cadeia Bloomberg TV que as discussões com a Grécia estão a acelerar, mas ainda há «muito trabalho a fazer» até 20 de abril.

Entretanto, o Financial Times citou uma fonte de Atenas, segundo a qual o Governo grego já está a considerar incumprimentos no caso de não haver acordo e que começaria por não pagar dívidas ao FMI já em maio e junho. Por seu lado, o jornal alemão Bild avançou que já se preparam eleições antecipadas na Grécia caso as negociações não cheguem a bom porto, informação que o Governo grego desmentiu.

Ainda na sua intervenção hoje na Comissão de Assuntos económicos e Monetários do Parlamento Europeu, em Bruxelas, Moscovici disse que as negociações entre os credores e a Grécia «avançam» mas «a um ritmo lento».

O comissário francês pediu que não se aborde este tema em modo de confrontação ou com pendor ideológico, pois o que se trata é de conseguir uma «solução comum que permita à Grécia manter-se na zona euro em boas condições».

A Grécia tem de fazer face a vários compromissos financeiros nos próximos tempos. Antes ainda do Eurogrupo tem de pagar 200 milhões de euros ao FMI e refinanciar 2.400 milhões de euros em dívida de curto prazo.

Em maio, tem de fazer mais dois pagamentos ao FMI, de 200 e 700 milhões de euros, e terá novamente de refinanciar bilhetes do tesouro.
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