Camiões em greve: já há detidos e falta de combustível - TVI

Camiões em greve: já há detidos e falta de combustível

Distribuição de bens alimentares e outros produtos também pode ficar comprometida

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[Notícia actualizada às 10h30 com mais informação]

A greve das empresas de camionagem ainda não tem data para terminar, mas já começou a surtir efeitos: há falta de combustível em alguns postos de abastecimento e um porta-voz dos camionistas foi detido esta terça-feira, depois de ter dito que hoje não ia haver «tolerância».

A ausência de combustível verificou-se logo ontem à tarde, horas depois do início da paralisação, em algumas bombas da BP, mas pode alargar-se a outros postos se, nos próximos dias, se mantiver a paralisação.

Além disso, as petrolíferas recusam-se a circular com camiões cisterna enquanto existirem incidentes, o que pode precipitar uma eventual escassez. O aviso é da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro), que considera não existirem condições para manter os camiões a circular enquanto não estiver garantida a segurança. Uma preocupação justificada, depois do apedrejamento de alguns camiões que circulavam já durante o protesto.

«Não podemos arriscar. Uma pedra não é um incidente simples se acerta no condutor e este perde o controlo do camião. Trata-se do transporte de materiais perigosos [inflamáveis] e a primeira prioridade é preservar a segurança das pessoas. As empresas petrolíferas não arriscam minimamente», disse à Lusa o secretário-geral da Apetro, António Comprido.

Corrida aos postos precipita falta de combustíveis

As bombas de gasolina têm ritmos muito diferentes entre si. «Há postos que são reabastecidos quase diariamente e outros que o são apenas umas vez por semana ou menos do que isso».

Para já, a melhor forma de evitar a escassez é manter a calma para que não haja «uma corrida ao combustível» nem «açambarcamentos». Porque «se se registar um ritmo normal de abastecimento, haverá stocks para vários dias sem problemas».

Os efeitos da greve já se fazem sentir nos hipermercados. Começaram as dificuldades em contratar transportes para fazer a distribuição. E crescem os receios de que o fornecimento de bens alimentares à população fique comprometido.

As transportadoras reivindicam gasóleo mais barato para o sector, mas o ministro das Finanças avisa que «não há condições para baixar impostos seja a quem for».

Entretanto, as negociações entre Governo e transportadoras desembocaram num

beco sem saída. A paralisação promete continuar.

As filas de espera para abastecer já começaram

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