Natal: nem promoções chegaram para melhorar vendas

[Notícia actualizada às 8h50 com mais informação]

O Natal não foi assim tão bom e a época de saldos - que arranca oficialmente esta terça-feira - não se afigura muito melhor.

Nem as promoções natalícias foram suficientes para ultrapassar as vendas alcançadas no ano passado. «Este Natal foi menos positivo que o do ano anterior», disse à agência Lusa Nuno Camilo, presidente da Associação de Comerciantes do Porto, numa opinião corroborada pela União das Associações do Comércio e Serviços (UACS) de Lisboa.

Para o presidente da UACS, Vasco Mello, as vendas ficaram este ano «um pouco abaixo» do registado em 2009, ainda que a quebra não tenha sido uma surpresa.

Num inquérito publicado em Setembro, «os empresários já previam uma diminuição das vendas relativamente ao ano anterior».

Foi precisamente a pensar na contenção dos consumidores numa conjuntura de crise que os lojistas optaram por fazer «promoções bastante competitivas» na época natalícia - algumas chegaram até aos 50% - com o objectivo de gerar receitas para investir em novas colecções e minorar as quebras de vendas em época de crise.

«Com a falta de poder de compra dos portugueses, os comerciantes fizeram o sacrifício de fazer promoções de 40 e 50 por cento de maneira a escoar os stocks». Mas parece que nem isso serviu para suplantar as vendas em relação ao ano passado.

Quanto aos saldos, «os preços já estão tão esmagados» que «dificilmente haverá grandes reduções».

Este ano as promoções natalícias «tiveram mais vigor do que as de anos anteriores», diz ainda Vasco de Mello.

Saldos: as regras a respeitar

Agora resta a «expectativa» em relação ao balanço dos saldos, depois de as vendas natalícias terem ficado abaixo das do ano passado.

O escoamento de stocks com o objectivo de conseguir receitas para investir na nova colecção é o principal objetivo dos saldos que, desde 2007, acontecem entre 28 de Dezembro e 28 de Fevereiro para os saldos de Inverno e 15 de Julho e 15 de Setembro no saldos de Verão.

Durante o resto do ano, as lojas apenas podem fazer promoções ou liquidações.

Entre as obrigações dos comerciantes em época de saldos, está a exibição do preço antes e depois do desconto ou a percentagem da redução e a aceitação de todos os meios de pagamento habitualmente disponíveis na sua loja.

Já a troca de artigos vendidos em saldos não é obrigatória, excepto quando o produto tem um defeito.

Embora os comerciantes se queixem do menor número de vendas este ano, a verdade é que os portugueses abriram os cordões à bolsa este Natal. Só nos primeiros 21 dias de Dezembro, os portugueses movimentaram mais de cinco mil milhões de euros com cartões de débito e crédito, mais 4,3% em relação ao ano passado.

Lojas cheias para trocas e com saldos antecipados