PSD: aumento de impostos é garantia dada ao estrangeiro

O aumento de impostos que integra o pacote de austeridade funciona como uma garantia dada às instâncias internacionais porque «ninguém acredita que Portugal vá fazer bem o trabalho de casa em seis meses».

A declaração é de Pedro Passos Coelho, líder do PSD, partido que deu o seu acordo às medidas, permitindo assim a sua aprovação quando estas forem votadas no Parlamento. «É mais seguro, em meio ano, apresentar externamente a garantia do aumento de impostos», disse.

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O social-democrata gastou grande parte do seu tempo de antena, na entrevista à TVI, a explicar porque deu o seu aval ao pacote, depois de tantas vezes se ter manifestado contra algumas das medidas nele contidas, como o aumento dos impostos.

Veja aqui a entrevista a Passos Coelho na íntegra

«Quando o primeiro-ministro esteve no Conselho Europeu, havia uma necessidade imperiosa de Portugal mostrar externamente (à Comissão Europeia, ao Conselho Europeu e ao Banco Central Europeu) que iria cumprir este esforço adicional. Havia uma perspectiva (e ainda não está seguro que essa situação esteja ultrapassada) de Portugal enfrentar dificuldades na obtenção de financiamento externo», explicou.

Foi por ser «necessário que Portugal apresentasse um compromisso quanto à redução do défice» que o PSD anuiu. «Fizemos o acordo porque o custo de não o fazer era insuportável para o país. Se não o tivéssemos feito, hoje o país enfrentava o espectro da bancarrota».

«A culpa da situação em que nos encontramos é do Governo. Mas se eu quisesse essa desforra, tinha de ter consciência que estava a deixar o país afundar. Se eu não tenho responsabilidade na situação a que chegamos ia ser responsável por isso?», indagou.