Luz: empresas vão pagar mais, comércio ameaça subir preços

A Entidade Reguladora de Serviços Energéticos (ERSE) propõe subir entre 10 a 15 por cento as tarifas de electricidade para as empresas em 2011. Por enquanto é apenas uma proposta, mas já mereceu críticas por parte do sector da distribuição que ameaçou subir os seus preços.

«Estamos muito preocupados com esse aumento, até porque o consideramos inexplicável», disse o presidente da APED, Luís Reis.

E deixou um aviso: por ser um aumento difícil de comportar, «as empresas de comércio e distribuição terão de o fazer passar para os consumidores portugueses. Portanto, os consumidores portugueses verão este aumento reflectido no que compram no dia-a-dia».

Impacto de 20 milhões nas contas das grandes empresas

Mas este não é o único sector preocupado com esta proposta. Também a indústria considera o aumento de até 15% «difícil de suportar».

«São aumentos de uma dimensão que hoje as empresas, no quadro concorrencial em que se encontram, dificilmente podem suportar. Não conseguiremos exportar em condições vantajosas se continuarmos a suportar custos desta natureza», disse o presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP).

António Saraiva acredita que este aumento vai penalizar ainda mais a competitividade das empresas portuguesas e já fez as contas sobre qual o impacto desta proposta:

«Oscila entre 1 milhão e 10 milhões de euros e nalguns casos, como entre os grandes consumidores, fala-se em números de 20 milhões de euros».

CIP e APED acreditam que é possível chegar a um entendimento e já pediram uma audiência com o presidente da ERSE e o ministro da Economia. A decisão final das tarifas é anunciada a 15 de Dezembro.

Recorde-se que, para os clientes domésticos, a ERSE propõe aumentar as tarifas em 3,8%.

Já esta tarde, o presidente da EDP e um dos membros do conselho tarifário da ERSE, António Mexia, disse que o aumento da luz para as grandes empresas será de 10%.

[Notícia actualizada]