Compra de dívida do BCE «deve ser acompanhada por reformas» - TVI

Compra de dívida do BCE «deve ser acompanhada por reformas»

Christine Lagarde

Para o FMI, as medidas anunciadas hoje pelo presidente do BCE vão ajudar a reduzir os custos de financiamento na zona euro, aumentar as expectativas de inflação e reduzir o risco de período prolongado de baixa inflação

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A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, aplaudiu o programa de compra de dívida pública anunciado esta quinta-feira pelo Banco Central Europeu (BCE), defendendo que a medida deve ser acompanhada por reformas estruturais na zona euro.

«Aplaudimos as medidas anunciadas hoje», afirmou hoje Christine Lagarde, numa nota escrita enviada à comunicação social, nota a Lusa, acrescentando que o programa de compra de dívida pública hoje divulgado «vai aumentar fortemente as perspetivas de o BCE alcançar o seu mandato de estabilidade de preços».

Ainda assim, a diretora-geral do FMI considera que se «mantém essencial» que a política monetária do BCE seja acompanhada por «ações abrangentes e atempadas», destacando a necessidade de reformas estruturais para impulsionar o crescimento potencial e dinamizar a procura.

Para Christine Lagarde, as medidas anunciadas hoje pelo presidente do BCE vão ajudar a reduzir os custos de financiamento na zona euro, aumentar as expectativas de inflação e reduzir o risco de período prolongado de baixa inflação.

A baixa inflação da zona euro tem dominado as preocupações quanto à evolução da economia e determinou uma ação em maior escala do BCE – hoje conhecida -, que tem como principal objetivo atingir, a médio prazo, uma taxa de inflação próxima, mas abaixo de 2%.

Mario Draghi anunciou hoje que o BCE vai comprar mensalmente 60 mil milhões de euros de dívida pública e privada até setembro de 2016, uma compra que terá início em março deste ano e durará pelo menos até ao final de setembro de 2016.

O Conselho de Governadores «decidiu lançar um programa alargado de compra de ativos», anunciou o presidente do BCE na conferência de imprensa que se seguiu à primeira reunião deste ano da instituição, justificando a medida com o persistente nível de inflação muito baixo.

Mario Draghi disse ainda que 20% da compra de títulos terá risco partilhado.
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