“O empréstimo será usado para cumprir as obrigações da dívida grega e para assegurar a estabilidade do sistema financeiro”, refere o documento.
Numa carta dirigida ao presidente do MEE, Atenas promete reformas fiscais e nas pensões, propostas a ser divulgadas e implementadas já no início da próxima semana. E sublinha que esta é "uma oportunidade para explorar" medidas que tornem a dívida sustentável.
“Confiamos que os Estados-membros apreciem o pedido com urgência, dada a fragilidade do nosso sistema bancário e a nossa falta de liquidez“
Os ministros das Finanças iam analisar esse pedido de empréstimo esta quarta-feira, numa conference call do Eurogrupo, mas a reunião foi entretanto cancelada, segundo o porta-voz do presidente do Eurogrupo.
A carta não especifica em pormenor as reformas imediatas que propõe, mas informa que atingirão a fiscalidade e as pensões.
"A Grécia está comprometida a honrar as suas obrigações financeiras com todos os seus credores de maneira completa e a tempo", lê-se na missiva.
Request for ESM support received from Greek government, will be dealt with EWG today. No #Eurogroup teleconference #Greece
— Michel Reijns (@MichelReijns) July 8, 2015
Depois da vitória do “Não” no referendo e de uma substituição do ministro das Finanças, parecia que as negociações poderiam ser mais benéficas para o lado dos gregos, porém, durante a reunião, garantiu Angela Merkel, não se falou de uma saída da Zona Euro, nem de um corte na dívida.
A questão que está em cima da mesa para domingo, e que pode decidir a continuidade da Grécia na moeda única, é se o país apresentará as condições para um terceiro resgate.
Esta manhã o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, esteve no Parlamento Europeu, a debater a crise grega com os eurodeputados e afirmou que a Grécia foi o "laboratório da austeridade". Tsipras insistiu que a Grécia precisa de uma "discussão sincera sobre uma solução para o problema da sustentabilidade da dívida pública", mas também disse que acredita num acordo e que não irá cometer "erros do passado".
O primeiro-ministro explicou ainda que a proposta grega "para financiar as obrigações e reestruturar" a dívida grega "não irá sobrecarregar os contribuintes europeus". "Não sou um daqueles políticos que afirmam que os estrangeiros são os culpados por todas as desgraças da Grécia".A escolha corajosa do povo grego, em condições de pressão sem precedentes, não significa uma rutura com a Europa", afirmou Tsipras, acrescentando que o país foi usado "como laboratório da austeridade". "A experiência, temos de admitir, falhou", sublinhou.