Lagarde: «Grécia poderá fazer saída ordenada do euro»

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, admitiu esta terça-feira que a Grécia poderá fazer «uma saída ordenada da Zona Euro», se falhar os compromissos financeiros que estabeleceu com as entidades europeias e o fundo.

«Se o país não cumprir com os seus compromissos orçamentais, é preciso fazer revisões apropriadas e isso significa financiamento adicional ou mecanismos de saída. Implicaria uma saída ordenada neste caso», adiantou em entrevista concedida à France24.

As negociações na Grécia para formar Governo voltaram esta terça-feira a falhar. O país prepara-se agora para novas eleições, mas o risco de entrar em bancarrota ou até sair do euro é real. Um cenário que custaria 50 mil milhões de euros só aos contribuintes franceses.

Lagarde concorda: «Isso seria extremamente caro e geraria grandes riscos, mas é parte das opções que devemos tecnicamente considerar», explicou.

«O Governo grego comprometeu-se com reformas importantes, foram feitos sacrifícios. Abandonar tudo isso por um desacordo político é realmente uma pena para o povo grego», sustentou antes de garantir que a solução deve ser decidida «em conjunto pelos gregos e pelos parceiros da Zona Euro».

A Grécia recebeu já a última tranche do primeiro resgate internacional e, para começar a receber o dinheiro do segundo pacote de ajuda, no valor de 130 mil milhões de euros, é preciso que se comprometa com as metas do acordo assinado com a troika. E o país já não tem dinheiro para pagar salários e pensões a partir do mês que vem.

As novas eleições deverão ser agendadas para meados de junho. A Europa poderá ajudar a Grécia até ao final daquele mês. Um prazo apertado para a formação de um novo Governo e a assunção dos compromissos internacionais.