Análise: futuro da PT depende mais da negociação que do tribunal - TVI

Análise: futuro da PT depende mais da negociação que do tribunal

Analistas acreditam que posição na Vivo será vendida, agora que a Telefónica e a PT vão negociar directamente

A venda da fatia que a PT detém na Vivo à Telefónica é o desfecho antecipado pelos analistas, que acreditam que a operação depende mais do entendimento entre as gestões das operadoras ibéricas do que do fim da golden share.

O Tribunal de Justiça da União Europeia considerou hoje que os direitos especiais do Estado na Portugal Telecom (PT) são «injustificáveis», considerando ilegal a falta de definição do âmbito de aplicação da golden share, uma decisão que já era aguardada pelo mercado.

Veja aqui o comentário no TVI24

«Era o esperado, mas a operação não depende disto. O tempo que vai demorar a ser implementada traz problemas à linha de financiamento negociada pela Telefónica, e aumenta a dependência da valorização ou desvalorização do real [divisa brasileira], que influencia o valor da Vivo», disse à agência Lusa um analista que pediu para não ser identificado.

Fim da golden-share não dita solução

A mesma fonte sublinhou que o negócio «vai depender da negociação entre a PT e a Telefónica», considerando que o facto da operadora espanhola ter mostrado abertura para negociar com a equipa liderada por Zeinal Bava, na véspera de ser conhecida a decisão do tribunal, «é um sinal claro que a Telefónica tem consciência que não é o final da golden share que decidirá a venda a seu favor, mas sim um entendimento com a PT».

«É um reconhecimento da Telefónica que a questão da golden share não conta para nada», reforçou.

«O acordo não terá a ver com o valor [7,15 mil milhões de euros], que a maioria dos accionistas aceitou, mas sim com as condições», acrescentou o analista, que disse estar «convencido que a PT vai sair da Vivo».

Já David Cabeza Jareño, analista da Caja Madrid Bolsa, emitiu uma nota de research, na qual considera que «a operação vai ser fechada a breve prazo e pelos 7,15 mil milhões de euros, de uma forma (ilegalidade da golden share) ou de outra (a administração da PT aprovar a operação)».

«Não esperamos que a oferta seja melhorada, já que a maioria dos accionistas votou a favor, e não acreditamos que o veto do Governo português esteja relacionado com aspectos económicos», frisou David Cabeza Jareño.

O outro analista contactado pela Lusa realçou ainda que «não interessa a ninguém manter esta situação de impasse».
Continue a ler esta notícia