BCP suportará perdas na Grécia sem afectar muito capital - TVI

BCP suportará perdas na Grécia sem afectar muito capital

BCP

Banco diz que começou ano com um «core capital» de 5,6% e vai acabar com mais de 9%

O administrador financeiro do BCP, António Ramalho, acredita que o banco - que tem uma exposição de 700 milhões de euros à dívida grega - «suportará as perdas na Grécia sem afectar significativamente o capital».

«Estamos preparados para ter as perdas que tivermos que ter» com a dívida grega, «no contexto de uma solução», avança o responsável durante a Conferência Europa 2011 - O Futuro do Euro - organizada pelo Jornal de Negócios.

Apesar de garantir que «não gostaria que se avançasse para uma solução de haircut» na dívida pública grega, o também vice-presidente do BCP admite que a solução «poderá passar por aí».

O responsável assegura ainda que o BCP irá terminar este ano com um core capital acima de 9%, tal como o exigido pelo supervisor do sector.

«Começámos o ano com um core capital de 5,6% e vamos acabar o ano com mais de 9%, mesmo com o país em bailout», adianta.

Fusões? «Compromissos são feitos por amor»

Ramalho defende também que a banca deve passar por um algum tipo de consolidação, ainda que esta «não seja a altura ideal» para o fazer. Ainda assim, advoga, «os bons compromissos são feitos por amor e não por interesse».

«A consolidação da banca portuguesa deve ser feita e vai ser feita apos a desalavancagem do sector financeiro e com tempo. Neste momento, a maior preocupação são os clientes, bem como financiar o sector privado e manter o país vivo».

O que Europa exige é «excessivo»

Já o CFO do BES, Amílcar Morais Pires, sublinha que «o processo de desalavancagem vai acelerar-se no próximo ano» e garante que «é preciso olhar para o problema do financiamento da economia em termos globais se não quisermos pôr em causa a consolidação orçamental».

O responsável acredita ainda que o que a Europa está a exigir aos bancos é «excessivo» e que «não se deve pedir mais» em termos de rácios de capital.

«As novas exigências europeias vão dar razão aos banqueiros portugueses. Vamos verificar que 10% de core capital em 2012 é excessivo», atira.
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