Governo mantém intenção de vender BPN - TVI

Governo mantém intenção de vender BPN

Sócrates aproveita para criticar as palavras de Cavaco sobre a actual administração do banco

O primeiro-ministro afirmou que o Governo mantém a intenção de colocar o BPN no mercado e recusou que «os inocentes» paguem pela «luta política», numa alusão às críticas de Cavaco Silva à actual administração do banco.

«Temos a estratégia de sanear o banco por forma a colocá-lo de novo no mercado. Já tentámos fazê-lo duas vezes. Vamos insistir nessa estratégia que nos parece ser a melhor. Lá está, as condições de mercado não são muito propícias nem favoráveis a isso, mas vamos fazê-lo», declarou o primeiro-ministro, em resposta ao líder parlamentar do PSD, Miguel Macedo.

No debate quinzenal, o primeiro-ministro disse que não aceita «que se confunda» a anterior gestão do banco, que «merece censura» e foi «considerada criminosa pelo Ministério Público» e a actual gestão, da CGD, que «está a dar o seu melhor».

«Esta é uma gestão honesta, limpa», já tinha sublinhado José Sócrates, frisando que a primeira tarefa «é ter uma melhoria de liquidez do banco». O primeiro-ministro disse rejeitar a «insinuação» de que a actual administração é «incompetente».

«Eu compreendo a luta política, mas os inocentes não podem pagar pela luta política», afirmou, numa alusão às críticas feitas pelo candidato presidencial Cavaco Silva à actual administração do BPN, mas garantiu que não irá permitir que a actual gestão do BPN seja confundida com a anterior, que foi «criminosa».

«Hesitar na nacionalização teria sido um desastre»

O primeiro-ministro sustou a opção do Governo relativa à nacionalização do BPN, garantindo que se o executivo tivesse hesitado «seria um desastre para o sistema financeiro».

Em resposta a uma pergunta colocada pelo deputado do PCP Jerónimo de Sousa, Sócrates defendeu ainda que «o imbróglio jurídico» que resultaria, em alternativa, da nacionalização da SLN «seria muito superior».

«Naquele momento em 2008 era preciso fazer alguma coisa. Todas essas posições conduziam a paralisia, a nada fazer e isso não era solução. Estou absolutamente seguro de que se o Governo nada tivesse feito no BPN isso seria um desastre para o nosso sistema financeiro, uma corrida aos balcões e uma penalização severa do sistema financeiro português com consequências para a nossa economia».
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