Vulcão islandês é «arma apontada à cabeça dos hoteleiros» - TVI

Vulcão islandês é «arma apontada à cabeça dos hoteleiros»

Aviões

Algarve está entre as regiões mais penalizadas e só espera que problema não se estenda até ao Verão

O presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas, considera que a incerteza provocada nos transportes aéreos pela nuvem de cinzas vulcânica é «uma pistola apontada à cabeça dos hoteleiros».

«Num ano já de si muito complicado em termos de taxas médias de ocupação, com descida muito significativa relativamente ao pior ano dos últimos 15, que foi o ano passado, (esta situação) deixa os hoteleiros à beira de um ataque de nervos perante esta pistola permanentemente apontada à cabeça», afirmou Elidérico Viegas, em declarações à Lusa.

O presidente do Turismo do Algarve, Nuno Aires, também disse à Lusa que a situação está a afectar «toda a operação turística» e, se persistir, irá provocar «sérios problemas e danos graves sob o ponto de vista económico para o Algarve enquanto melhor destino turístico português».

De acordo com um comunicado da ANA Aeroportos de Portugal, até às 17:00 horas desta segunda-feira foram cancelados 38 voos nos aeroportos portugueses, a maioria em Faro (28 voos cancelados, 14 partidas e 14 chegadas).

No aeroporto de Lisboa foram cancelados oito voos (quatro partidas e quatro chegadas) e no aeroporto da Madeira foram cancelados dois voos (uma chegada e uma partida). Nos aeroportos Francisco Sá Carneiro (Porto) e João Paulo II (Ponta Delgada) não foram cancelados voos, «mas por efeito desta situação atípica, verificam-se atrasos nas chegadas e partidas», diz a ANA.

Prejuízos para a região já rondam os 10 milhões

«São notícias preocupantes porque não temos um horizonte temporal para o fim do problema, que tem sido intermitente mas recorrente, o que nos está a prejudicar a operação», afirmou Nuno Aires, do Turismo do Algarve, frisando que a incerteza na realização de voos «provoca ansiedade e insegurança» nas pessoas.

Sobre os prejuízos económicos para a região, Nuno Aires garantiu que o Turismo do Algarve continua a acompanhar e a avaliar as perdas, «mas para já, para além do levantamento que foi feito numa primeira fase, que rondou entre os 9 e 9,5 milhões, nove milhões e meio de prejuízos» para a região, «não existe ainda um número exacto».

Algarve espera que situação não se arraste até ao Verão

«É um fenómeno natural que não controlamos. Resta-nos esperar que problema não entre pelo verão dentro, porque se isso acontecer estamos a falar de um problema muito, muito complexo, muito grave, para a indústria hoteleira, mas não só, para toda a indústria de turismo do Algarve», frisou.

«Além dos transtornos normais, causa a desmotivação das pessoas em vir de férias, por não saberem, primeiro, se podem vir e, depois, se podem regressar», acrescentou o responsável da AHETA.

Viegas sublinhou que «a grande maioria de voos que o aeroporto de Faro acolhe são provenientes ou para os primeiros países afectados, que são o Reino Unido e Irlanda».

Desde Março passado que o vulcão islandês está em actividade, emanando uma nuvem de cinzas que provocou o encerramento do espaço aéreo de vários países da Europa, entre 14 e 21 de Abril.

A actividade do vulcão voltou a intensificar-se na semana passada, provocando uma nuvem de cinzas que está a atravessar a Europa Ocidental.
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