«O Banco de Portugal foi muito claro ao dizer que a auditoria forense não seria do conhecimento público. O Banco de Portugal não nos deu nenhuma informação sobre essa auditoria forense», revelou esta segunda-feira aos jornalistas Stock da Cunha.
«Até agora não nos chegou nenhuma informação», reforçou, durante a apresentação das contas do Novo Banco, feita através de videoconferência através de Londres, onde o responsável se encontra em trabalho.
E salientou: «[A auditoria forense] não impacta a nossa atividade no dia a dia nem os trabalhadores do Novo Banco, pelo menos, até que o Banco de Portugal nos diga o contraio».
Uma auditoria pedida pelo Banco de Portugal à consultora Deloitte conclui que a administração do BES liderada por Ricardo Salgado «desobedeceu ao Banco de Portugal 21 vezes, entre dezembro de 2013 e julho de 2014», e «praticou atos dolosos de gestão ruinosa».
A informação, publicada na semana passada em diferentes órgãos da comunicação social, aponta também a conclusão de que o BES concedeu «financiamentos em violação das regras».
O Jornal de Negócios avançou com a notícia em primeira mão, tendo citado «as conclusões do primeiro bloco da auditoria forense solicitada pelo Banco de Portugal ao BES e que foi elaborada pela Deloitte, de acordo com o sumário executivo que o supervisor enviou na quarta-feira, 04 de março, à comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES».
«No total, são identificadas 30 possíveis infrações, apenas num dos cinco blocos que compõem a auditoria forense e que diz respeito à violação das determinações que o Banco de Portugal impôs ao BES e ao Espírito Santo Finantial Group (ESFG) a partir de dezembro e até ao final de julho», acrescentou o diário especializado em economia.