Salgado desvaloriza falta de mão-de-obra portuguesa no Alqueva - TVI

Salgado desvaloriza falta de mão-de-obra portuguesa no Alqueva

Líder do BES diz que há imigrantes que substituem os portugueses que «preferem ficar com o subsídio de desemprego»

O presidente do BES, Ricardo Salgado, desvalorizou esta sexta-feira a falta de mão-de-obra nacional nos projetos agrícolas do Alqueva, declarando que há imigrantes que substituem os portugueses que «preferem ficar com o subsídio de desemprego».

«Se os portugueses não querem trabalhar e preferem estar no subsídio de desemprego, há imigrantes que trabalham, alegremente, na agricultura e esse é um fator positivo», afirmou o presidente do BES durante um debate sobre o potencial agrícola do Alqueva.

Ricardo Salgado desdramatizou a falta de trabalhadores portugueses nos campos alentejanos, dizendo que questionou alguns agricultores andaluzes sobre as dificuldades em encontrar mão-de-obra em Portugal, tendo estes respondido ter um bom entendimento com os ucranianos, apesar das dificuldades linguísticas, cita a Lusa.

Já o presidente da EDIA (Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva), João Basto, admitiu que esta poderá ser «uma questão limitante», embora tenha deixado a garantia de que nenhum projeto deixou de ser concretizado por falta de trabalhadores, já que há mão-de-obra estrangeira disponível.

«Os investidores, quando não têm mão-de-obra, recorrem a agências de recrutamento, onde há disponibilidade e vontade de trabalhar», adiantou João Bastos, apontando como exemplos os ucranianos e os tailandenses.

O mesmo responsável considerou que «não faz sentido» num país com elevados números de desemprego, que exista este desencontro entre a oferta e a procura, mas não avançou qualquer explicação para este facto.

João Basto disse também que a EDIA está a trabalhar com os agricultores, o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e o Núcleo Empresarial de Beja «para tentar mobilizar estas pessoas para uma vida ativa» e mudar a ideia que «trabalhar na agricultura não é bom».

Já o presidente do AICEP, Pedro Reis, afirmou «num país com 18% de desemprego era um absurdo que algo claudicasse por falta de mão-de-obra», assumindo que tem «alguma dificuldade» em perceber a razão de ser desta lacuna.
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