O líder do Chega, André Ventura, garantiu que o crescimento do seu partido nas eleições deste domingo é da responsabilidade do “português comum que se sentiu afastado das grandes decisões que o afetavam”.
No dia em que o partido conseguiu eleger tantos deputados como o PS - 58 -, André Ventura declarou que o resultado eleitoral é o “grande ajuste de contas”. “O Chega superou o partido de Mário Soares, de António Guterres, matou o partido de Álvaro Cunhal e varreu do mapa o Bloco de Esquerda com uma pinta que nunca se tinha visto em Portugal”.
“Este foi o partido que mais cresceu nestas eleições, mas também o que resistiu a mostrar às elites deste país que não há força que nos consiga derrotar”. “ A mama vai mesmo acabar”, afirmou, acrescentando que pode assegurar ao País “algo que não acontecia desde o 25 de Abril”: “O Chega tornou-se nestas eleições o segundo maior partido desta democracia”. “Que bom é olhar para o mapa de Portugal e ver tanta vitória do Chega”.
Num discurso marcado por ataques à comunicação social e às empresas de sondagens, Ventura referiu que a “partir de hoje ninguém mais acreditará em sondagem nenhuma”. “Alertei a tempo sobre uma injustiça que estava a ser cometida com mais de um milhão de eleitores”. “É hora de exigir a estas empresas responsabilidade em Portugal”.
“Quando nos apontavam à destruição e diminuição, este bom povo foi à rua e disse que não aceitava que decidissem por ele”, referiu, acrescentando que “nada ficará como antes em Portugal a partir da noite de hoje”. “Sei que hoje nas televisões, nos jornais e em muito do lóbi deste país há uma azia muito grande.” Porém, refere, “apesar de tudo o que fizeram contra nós, apesar da baixeza e de desvalorizarem a saúde de alguém e do seu sofrimento, nós não vencemos contra ninguém, vencemos pelos portugueses e é com eles que vamos trabalhar”.
“Nós fizemos mesmo o que nunca nenhum partido tinha feito em Portugal. Nós hoje podemos declarar oficialmente e perante o país todo e com segurança que acabou o bipartidarismo em Portugal”, sublinhou novamente.
André Ventura, que se recusou em falar no seu discurso sobre as condições que dará a Montenegro de governar, referiu que o seu partido irá agora encabeçar a oposição a Montenegro no Parlamento. Já sobre Pedro Nuno Santos, que se demitiu após a hecatombe, e realçou que a extrema-direita está hoje “muito mais agressiva”, Ventura respondeu que “ eles ainda não viram nada”.