"Não tem sido nenhuma festa”. Dormir no sofá, despedir ou vender o Twitter: Elon Musk falou de tudo numa entrevista da qual não queria sair - TVI

"Não tem sido nenhuma festa”. Dormir no sofá, despedir ou vender o Twitter: Elon Musk falou de tudo numa entrevista da qual não queria sair

Elon Musk, dono do Twitter (Getty Images)

Foi marcada à última da hora e correu ao estilo do bilionário: livre e polémica

Uma “montanha-russa dolorosa”. É desta forma que Elon Musk define os primeiros tempos à frente da rede social Twitter, que o segundo homem mais rico do mundo comprou num negócio avaliado em mais de 40 mil milhões de euros.

Talvez por isso o dono da Tesla admite vender a rede social, mas só se aparecer a pessoa certa. “O nível de dor tem sido extremamente alto, não tem sido nenhuma festa”, afirmou, numa entrevista à BBC que foi transmitida precisamente através daquela plataforma, juntando mais de três milhões de pessoas em direto.

"Se estivesse confiante de que iriam perseguir rigorosamente a verdade, então suponho que ficaria contente por passar a empresa a outra pessoa", sublinhou, ainda que dizendo que não venderá a empresa pelo mesmo montante que a comprou, mesmo que o Twitter valha hoje, segundo o próprio, cerca de metade de quando foi adquirido. "Não quero saber do dinheiro", rematou Elon Musk.

A própria forma como a entrevista aconteceu diz muito do que é o dia-a-dia de Elon Musk. Foi precisamente através do Twitter que o empresário explicou como tudo se fez: “Disse à BBC que podiam vir ao Twitter e depois, para minha surpresa, apareceu um jornalista”. A própria estação britânica confirmou que a conversa tinha sido agendada à última hora. E isto apenas uma semana depois de se ter queixado de que estava sempre a ser “bajulado” pela comunicação social.

“Não tem sido aborrecido. Tem sido uma montanha-russa”, revelou Elon Musk, falando sobre uns últimos seis meses “stressantes”. Ainda assim, o também dono da Tesla e da SpaceX não se arrepende, até porque as coisas estão a correr “razoavelmente bem”.

Em parte, segundo o empresário, porque o trabalho tem sido incansável: “Por vezes durmo no escritório”, confessou, acrescentando que tem um local na empresa “onde ninguém vai”, aproveitando o sofá que lá está para umas pausas.

Mas nem o cansaço fez Elon Musk mudar a sua postura. Polémico antes, durante e após a aquisição do Twitter, o bilionário admitiu que por vezes dá “tiros nos pés” com algumas das publicações que faz.

“Penso que não devia publicar após as três da manhã”, sublinhou, prosseguindo um momento mais descontraído para dizer que não é o CEO do Twitter, mas antes Floki, o seu cão. "Eu não sou o CEO do Twitter. O meu cão é o CEO do Twitter", afirmou.

Voltando à situação financeira da empresa, Elon Musk garantiu que se está a chegar ao ponto de break-even, nomeadamente pelo regresso de grande parte dos anunciantes, o que deverá permitir lucro ainda este ano. Já sobre o corte de pessoal, e depois de ter reduzido os funcionários de 8.000 para 1.500, o empresário justificou que “é impossível falar com tanta a gente cara a cara”. De resto, o bilionário disse mesmo que o Twitter tinha apenas mais "quatro meses de vida" caso continuasse a operação como estava.

Entre as saídas contam-se a de vários engenheiros, o que fez logo soar os alarmes para possíveis problemas na estabilidade tecnológica da plataforma. Elon Musk admitiu alguns erros e até falhas nos servidores, mas garantiu que nenhum dos casos foi grave e que a rede social continua a trabalhar bem.

Apesar de ocupado, o empresário parecia até ter tempo para mais, assim os utilizadores quisessem. A entrevista foi transmitida no Twitter Spaces, que a dada altura tomou o lugar do entrevistador. Foi o próprio James Clayton quem o revelou: "Normalmente o entrevistado abandona a entrevista. Elon Musk está a responder a questões no Spaces".

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