Portugueses estão menos satisfeitos no trabalho. Contexto de inflação leva a "maior sensibilidade" - TVI

Portugueses estão menos satisfeitos no trabalho. Contexto de inflação leva a "maior sensibilidade"

  • ECO - Parceiro CNN Portugal
  • Ana Marcela
  • 4 mar 2023, 23:00
Stress (Pexels)

Boost It, CA Seguros, Lopes Barata e Associados são algumas das empresas que lideram o “Índice da Excelência”, da Neves de Almeida HR Consulting, em parceria com o ISCTE Executive Education

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O nível global de satisfação dos colaboradores caiu no ano passado pela primeira vez em sete anos, aponta a sétima edição do “Índice da Excelência”, da Neves de Almeida HR Consulting, em parceria com o ISCTE Executive Education, que analisou o clima organizacional e desenvolvimento de capital humano em 120 organizações. A quebra foi transversal aos setores de atividade e dimensão das empresas. Apenas as de média dimensão registaram um ligeiro aumento, aponta o estudo da consultora apresentado esta quinta-feira, em Lisboa. Boost It, CA Seguros, Lopes Barata e Associados são algumas das empresas que lideram o “Índice da Excelência”.

“Esta descida manifesta-se transversalmente em todos os domínios de análise – Dinâmica Organizacional, Práticas de Gestão, Clima e Gestão de Pessoas –, sendo mais expressiva na ordem dos -6 a -8 p.p. no Clima e Gestão de Pessoas, onde a penalização dada pelos colaboradores participantes nas temáticas relacionadas com a Compensação e Benefícios, assim como na Gestão de Talento (Avaliação de Desempenho, Carreiras e Desenvolvimento) foi ainda maior do que nos anos anteriores, dada a maior sensibilidade em contexto de elevada inflação”, aponta Gonçalo de Salis Amaral, partner da Neves de Almeida HR Consulting, citado em comunicado.

Apesar de transversal aos setores de atividade, a queda do índice de satisfação foi mais expressiva nos setores de Saúde e Farmacêutico, após anos de pandemia especialmente exigentes.

Depois de um ano fortemente marcado pela inflação, com impacto nos rendimentos dos trabalhadores, para 2023 os colaboradores apontam como prioritárias para a intervenção dos gestores de pessoas o tema da Compensação e Benefícios, seguidas da Formação e da Gestão de Carreiras, em linha com o ano passado. Outra área que ganhou expressividade, com subida nos rankings, é a revisão dos modelos e processos de Avaliação de Desempenho, de modo a “promover maior transparência e clareza nos critérios associados“, aponta o estudo.

Modelos híbridos mais expressivos nas PME

O estudo aponta igualmente pistas sobre os parâmetros mais valorizados pelos colaboradores ao nível das políticas de retenção de talento.

“O Gosto pelo Trabalho Desenvolvido continua a ser a principal razão para que os colaboradores se mantenham nas suas organizações, sendo que se tem verificado uma movimentação nas seguintes posições desse ranking, muito associadas ao contexto. Assim, a Estabilidade do Emprego mantém-se no top 5 destes fatores, com tendência a descer se a situação de quase pleno emprego se mantiver”, aponta Gonçalo de Salis Amaral.

O equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, a possibilidade de regime de trabalho flexível e a remuneração atrativa assumem maior relevância, competindo com fatores como a Relação com os Colegas e com a Chefia Direta, para a retenção de talento. Já entre os mais jovens, “as oportunidades de desenvolvimento e carreira, assumem maior relevância”, refere o partner da Neves de Almeida HR Consulting.

O modelo de trabalho híbrido continua a ser globalmente mais utilizado nas pequenas e médias organizações do que nas grandes – sendo mais expressiva em setores como a Banca, Seguros e Serviços Financeiros, ou Tecnológicas, Media e Telecomunicações e nas Consultoras e Serviços Profissionais do que na Saúde, Farmacêuticas ou na Indústria, na Construção, Infraestruturas, Transportes e Logística –, tendo o nível de satisfação aumentado face a 2021, atingindo uma média de 90% de satisfação.

Há, no entanto, “algumas preocupações face ao impacto desta modalidade na visibilidade interna e progressão de carreira“, aponta o estudo.

“A capacitação das chefias para gerir equipas híbridas mantém-se positiva, assim como sentimento face ao impacto deste regime de trabalho na produtividade, qualidade de vida e na performance do negócio”, refere ainda.

Tecnologia e inovação para a gestão de pessoas

Com a manutenção do contexto de incerteza económica e as pressões ambientais, as organizações deverão capitalizar as novas tecnologias para melhorar a sua capacidade de adaptação e antevisão da mudança, reforçando a proximidade com os seus colaboradores e a comunidade envolvente.

“Continua a haver um caminho a seguir, nomeadamente, ao nível de uma melhor utilização do digital e da inovação, da colaboração inter e intra organizacional, como no desenvolvimento, capacitação e envolvimento e satisfação das pessoas”, acrescenta Gonçalo de Salis Amaral. “Temas como o redesenho e digitalização de modelos de negócio e de processos, formação e desenvolvimento nas novas competências técnicas e comportamentais, ou ajustes aos mecanismos de gestão de pessoas (ex. Desempenho, Retenção, Carreiras, Comunicação e Proximidade/Colaboração), deverão continuar a ser foco da atenção das lideranças, no sentido da sua revisão e adequação”, conclui.

Os vencedores do “Índice da Excelência”

Os vencedores da sétima edição do “Índice da Excelência” foram igualmente conhecidos esta quinta-feira, estudo que premeia organizações, de acordo com a sua dimensão, bem como por setores de atividade. Ao todo foram analisadas 120 organizações.

Grandes Empresas (mais de 251 colaboradores)

  1. Boost iT
  2. Servdebt, Capital Asset Management
  3. Zurich Insurance PLC
  4. KCS iT
  5. Agap2IT
  6. OCP Portugal, SA
  7. Esporão S.A.
  8. Brisa Autoestradas de Portugal
  9. Moneris
  10. Vila Galé Hotéis

Médias Empresas (entre 51 e 250 colaboradores)

  1. CA Seguros – Companhia de Seguros de Ramos Reais, SA
  2. Samsys – Consultoria e Soluções Informáticas, Lda.
  3. Doutor Finanças
  4. Bresimar Automação S.A.
  5. Aegon Santander
  6. Infraspeak
  7. Premium Minds
  8. Quilaban – Química Laboratorial Analítica S.A.
  9. Decode
  10. Cachapuz

Pequenas Empresas (entre 11 e 50 colaboradores)

  1. Lopes Barata e Associados
  2. AMCO INTERMEDIÁRIOS DE CRÉDITO
  3. B-Training Consulting
  4. Smart Technologies
  5. ABA
  6. InovaPrime – Serviços em Tecnologias de Informação, Lda.
  7. Estoril Sol Digital
  8. Untile
  9. Sysnovare Innovative Solutions
  10. Zühlke

Vencedores por Setor

  • BSSF – Banca, Seguros e Serviços Financeiros: AMCO INTERMEDIÁRIOS DE CRÉDITO
  • CSP – Consultoria e Serviços Profissionais: Lopes Barata e Associados
  • HT – Hotelaria, Turismo, Desporto e Ensino: B-Training, Consulting
  • CITL – Construção, Infraestruturas, Transportes e Logística: ONE SHIPPING
  • TMT – Tecnologia, Media e Telecomunicações: Smart Technologies
  • Indústria: Bresimar Automação, SA
  • SP – Setor Público: Lipor
  • SF – Saúde e Farmacêuticas: Quilaban – Química Laboratorial Analítica S.A.
  • RC – Retalho e Comércio – Esporão S.A.
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