O forte sismo que abalou esta segunda-feira o sul da Turquia fez 1.014 mortos e mais de cinco mil feridos na Turquia, avança o chefe da agência de desastres turca (AFAD). No total, o balanço provisório dá conta de mais de 1.600 vítimas mortais.
"Este sismo é o maior desastre desde 1939", afirmou o presidente do país Recep Tayyip Erdoğan, acrescentando que não consegue prever como o número de mortos irá aumentar à medida que prosseguem os esforços das equipas de resgate.
Às vítimas em território turco juntam-se as vítimas na Síria. De acordo com o último balanço oficial, citado pela CNN Internacional, o abalo fez 592 mortos, a maioria (371) em zonas controladas pelo Governo (Aleppo, Hama, Latakia e Tartus), e 1.089 feridos.
No entanto, os "White Helmets" dão conta de 221 mortos e 419 feridos nas áreas controladas pelos rebeldes, dados que podem vir a somar-se aos números oficiais. Por sua vez, o porta-voz para o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação da Assistência Humanitária diz que nestas áreas o sismo fez pelo menos 255 mortos e 811 feridos, havendo ainda 170 edifícios danificados.
Death toll from #earthquake in NW #Syria now at 221+ with 419+ injured. Difficulty in rescue efforts as hundreds remain trapped under rubble & heavy equipment needed. Number expected to rise as hundreds of families still trapped. pic.twitter.com/Tt433BrzP6
— The White Helmets (@SyriaCivilDef) February 6, 2023
Perante o número de vítimas, as forças armadas da Turquia criaram um corredor aéreo para permitir que as equipas de busca e salvamento cheguem à zona afetada. Já o Comité Internacional de Salvamento apelou ao aumento do financiamento da ajuda humanitária na Síria, afirmando que muitas pessoas no noroeste do país já foram deslocadas cerca de 20 vezes e que os cuidados médicos na região estavam "sobrecarregados para além da capacidade, mesmo antes desta tragédia".
Apesar do impacto, a central nuclear de Akkuyu, que se encontra em construção na Turquia, não sofreu danos com o sismo, revelou um funcionário da empresa russa Rosatom, responsável pela construção da fábrica.
Novo sismo de 7,5 registado
O abalo ocorreu às 04:17 (01:17 em Lisboa), a 33 quilómetros da capital da província de Gaziantep, no sudeste da Turquia, com a origem a uma profundidade de 17,9 quilómetros.
Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), minutos após o primeiro sismo, outro abalo de 6,7 graus na escala de Richter foi registado a 9,9 quilómetros de profundidade.
De acordo com a mesma fonte, dezenas de réplicas têm sido registadas ao longo da manhã, sendo que às 10:24 (hora de Lisboa) foi registado um sismo de magnitude 7,5.
A Turquia está situada numa das zonas sísmicas mais ativas do mundo.
Em novembro, um sismo de magnitude 5,9 atingiu a província turca de Düzce, 200 quilómetros a leste de Istambul, deixando pelo menos 68 pessoas feridas.
O abalo aconteceu na mesma província onde um terramoto de magnitude 7,4 matou cerca de 17 mil pessoas em agosto de 1999, incluindo mil em Istambul.