Um novo relatório desenvolvido por autoridades norte-americanas sugere que um grupo pró-ucraniano é o responsável pelo ataque aos Nord Stream no ano passado, avança o New York Times esta terça-feira.
Não há, contudo, provas de que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky ou os seus principais assessores na Ucrânia estejam envolvidos na operação - ou que os sabotadores estivessem a agir sob a ordem de qualquer funcionário do governo ucraniano, informou ainda o jornal.
Os gasodutos Nordstream, que ligam a Rússia à Europa Ocidental , foram atingidos por explosões em alto mar em setembro de 2022. O ataque suscitou uma enorme especulação sobre quem realmente seria o culpado - de Moscovo a Kiev e de Londres a Washington - e permaneceu como um dos mistérios não resolvidos de maior importância da guerra na Ucrânia, que já dura há mais de um ano.
Facto é que a Ucrânia e os seus aliados foram inicialmente encarados por algumas autoridades como tendo o motivo mais lógico para atacar os gasodutos. Aliás, o país opôs-se ao projeto durante anos, considerando-o uma ameaça à segurança nacional porque permitiria à Rússia vender gás mais facilmente para a Europa. Mas importa referir que tanto o governo ucraniano como as autoridades militares dizem que não tiveram nenhum papel no ataque e não sabem quem o executou.
Agora, as autoridades americanas admitem não saber muito sobre os responsáveis e as suas afiliações. O mais recente relatório dos serviços de informação sugere que são opositores de Vladimir Putin, mas não especifica os membros do grupo, ou quem comandou ou pagou pela operação. As autoridades americanas recusaram-se a revelar a natureza das informações, como foram obtidas ou quaisquer detalhes sobre a força das evidências que contém. Disseram apenas que não há conclusões firmes sobre isso, deixando em aberto a possibilidade de que a operação possa ter sido conduzida por uma força com ligações ao governo ucraniano ou aos serviços de segurança.
Algumas especulações iniciais do Ocidente centraram-se na possível culpabilidade da Rússia, especialmente devido às sua capacidade de operações submarinas, embora não esteja claro qual o motivo que o Kremlin teria para sabotar os gasodutos, uma vez que têm sido uma importante fonte de receita e um meio para Moscovo exercer influência sobre a Europa. E, nesse sentido, as autoridades norte-americanas dizem que não encontraram nenhuma prova do envolvimento do governo russo no ataque.
Funcionários que analisaram as informações disseram ainda acreditar que os sabotadores eram provavelmente cidadãos ucranianos ou russos - "ou alguma combinação dos dois" - e que nenhum cidadão americano ou britânico esteva envolvido.